Conheça Aderito Hilton, um artesão que transforma materiais comuns em arte extraordinária. Descubra sua trajetória de origens humildes até se tornar um artista celebrado em sua comunidade, inspirando outros com sua criatividade e dedicação à preservação das técnicas artesanais locais.
ROTEIRO – 10 – ADERITO HILTON
JOSI MARINHO – LOCUTORA JOSI MARINHO
DESC – DESCRIÇÃO CRIS XAVIER
TEC – TÉCNICA
SONORA
“Eu já passei por quase tudo nessa vida.”
TRILHA
JOSI MARINHO – Essa história é um daqueles paradoxos da vida. O filho de uma lavadeira, analfabeta, se torna escritor, historiador e chega ao posto de Secretário de Educação de um município.
TRILHA
JOSI MARINHO – este é o Podcast Nossa História, Nossa Memória, realizado com o incentivo do Funcultura, Fundarpe, Secretaria de Cultura e Governo do Estado de Pernambuco.
TRILHA
JOSI MARINHO – No centro do nosso episódio: a história de um historiador. Fomos até o município de Nazaré da Mata, na zona da mata norte de Pernambuco, para conhecer um homem que se encontrou na história da própria cidade. Um homem que ouviu os mais velhos e que prestigiou a sabedoria popular. Estamos falando de Aderito Hilton do Nascimento.
TRILHA
JOSI MARINHO – Eu sou a jornalista Josi Marinho. Mulher negra, produtora cultural e realizadora desse projeto.
DESC – E eu sou Cris Xavier, mulher negra e produtora cultural. Você já sabe que este podcast conta com recursos de audiodescrição. Ele é importante para contar histórias para pessoas com deficiência. Esse som … (pausa) … Indica que você vai ouvir minha voz descrevendo algo importante do nosso episódio.
JOSI MARINHO – O professor Aderito Hilton nos recebe na sede da Sociedade Musical 15 de Novembro – a Banda Revoltosa. Por isso, as vezes você vai ouvir aos fundos da conversa, alguns instrumentos tocando. O primeiro episódio dessa temporada foi dedicado a banda. Vale a pena ouvir. A partir de agora, prepare-se para uma conversa cheia de detalhes e curiosidades. Uma conversa sobre a história de Nazaré da Mata, que passa pela história do nosso convidado e pela tradição da cultura popular.
DESC – Aderito Hilton tem um vasto currículo. É formado em história pela faculdade de formação de professores, hoje Campus Mata Norte da Universidade de Pernambuco – UPE. É pós graduado em macroplanejamento escolar e administração escolar. É bacharel em direito e pós graduado em direito e processo do trabalho; e direito e processo civil. Já deu pra ver o quanto ele gosta da educação. Além disso, foi secretário de educação dos municípios: Lagoa do Carro, Nazaré da Mata e São José da Coroa Grande. É autor dos livros: A Constituição de 1824 – uma visão factual do império a república; e Nazaré da Mata – a sua história, o seu povo e a sua cultura. Aderito Hilton é um homem negro de 78 anos, que tem cabelos brancos e é natural de Nazaré da Mata. Ele está sentado em um salão, que pertence a Banda Revoltosa. O lugar é cheio de bandeirinhas coloridas penduradas no teto.
JOSI MARINHO – A partir de agora começa a nossa conversa com um amante da própria cidade. Ele escolheu Nazaré da Mata para ser título de um dos seus livros. Professor Aderito Hilton é gratificante demais recebe-lo aqui.
2’57’’ – Gratificante é para mim tê-los aqui na minha cidade. Porque eu sou nascido, criado e vivido aqui em Nazaré da Mata. É um prazer estar por aqui. Eu estava no curso de direito e lancei um livro na faculdade: A Constituição de 1824 – uma missão factual do império a república. Depois do lançamento, dias depois, eu passando em frente à prefeitura, o presidente da Câmara, que era José Gerônimo, mais conhecido como Vereador Mima, me parabenizou e disse: “Professor, vamos escrever a história de Nazaré?” Eu tava trabalhando em Recife e eu disse para ele: “Oh, Mima, eu no momento eu não tenho tempo não, mas vamos pensar nisso com simpatia.” Isso foi em 2007. Eu vim escrever o livro e lançar em 2016. Então, foi o grande desafio, porque depois disso aí, eu comecei a me entusiasmar realmente pela história de Nazaré. Por incrível que pareça eu nascido e criado, como já disse anteriormente, em Nazaré, não conhecia na íntegra a história de Nazaré. Eu vim conhecer mais profundamente a história de Nazaré quando me debrucei em três anos de pesquisa, de consultas, de entrevista, de ouvir as pessoas antigas da cidade, de ir ao campo conversar com o homem do campo. Eu comecei a conhecer a história de Nazaré, além das pesquisas bibliográficas certo.
JOSI MARINHO – Mas antes de conhecer profundamente Nazaré da Mata, a gente quer conhecer um pouco das origens da pessoa que escreveu sobre a cidade. De onde vieram as mãos que escolheram tão bem as palavras que descrevem Nazaré e de onde vieram os ouvidos que foram tão atentos para ouvir as histórias contadas pelos mais velhos?
04’58’’ – Aderito Hilton, é filho de um pedreiro e de uma lavadeira.
JOSI MARINHO – E quem eram eles? Quais os nomes deles?
05’05’’ – Hilton Manoel Do Nascimento e Josefa Maria Da Conceição. Hilton Manoel Do Nascimento, faleceu com cinco meses após meu nascimento. Eu fiquei órfão aos cinco meses. Eu conheci meu pai através de fotos. Em seguida, dois anos depois minha mãe casou-se, e então o meu padrasto é que eu chamava de pai, mas não era. Então minha mãe, analfabeta, mais uma verdadeira heroína, conseguiu não só a mim, como os outros meus irmãos, lá em casa só não estudou quem não quis, mas quase todos tem curso superior. Ela como lavadeira, ela como dona de casa, como doméstica, como criadora, porque ela criava animais no seu quintal, conseguiu fazer com que a gente estudasse. Ela tem uma passagem tão linda, tão linda, tão linda… Desculpa ….
DESC – Neste momento os olhos do professor estão marejados. Emocionado ele chora lembrando da força da mãe dele.
– que analfabeta, conseguiu uma bolsa de estudo para mim e indo à Assembleia Legislativa falar com deputado, que era aqui de Nazaré, através do seu Nivaldo Lapenda, e eu consegui estudar no colégio famoso da região, que era o Colégio São José. Para uma pessoa analfabeta, uma pessoa que como ela dizia, conhecia um “o” porque tomava café numa xícara, era muita coisa. E outras coisas mais que minha mãe sempre fez. Essa minha dedicação por Nazaré, vem também da história da minha mãe, do meu pai, da minha família que sempre foi pobre.
SOBE TRILHA
– Eu me dediquei, eu criava. Eu poderia dizer a você agora, até em tom de brincadeira, eu já fiz tudo na vida, menos roubar, menos pegar no que era alheio. Mas, já fui da Sucam, Guarda de malária, como se chamava; fui motorista de táxi; fui locutor de festa. que antigamente tinha festa aqui de uma corneta, um amplificador uma barraquinha, de alguém para alguém. Então chegava e pagava, naquela época eram dois ou eram três cruzeiros, na época e eu chegava com bilhetinho e eu chamava no microfone: “atenção, uma pessoa que está de camisa preta, queira ouvir esta linda página musical que um alguém que está com a saia em xadrez lhe dedica, a página musical com Anísio Silva, quero beijar-te as mãos.” Então, isso eu passava a noite nas festas que tinha que ir em Nazaré fazê-lo. Então, voltei depois a estudar.
JOSI MARINHO – E tudo isso certamente contribuiu para o trabalho que Aderito Hilton desempenhou e para quem ele é hoje como cidadão. O professor, filho de uma analfabeta foi orador de turma na faculdade. Chegou a cursar serralharia mecânica, foi militar do exército, mas não seguiu carreira.
– Depois eu segui a linha de professor, desde 1971, estou 52 anos em educação, e daí pra frente comecei a tocar. Fui diretor de escola, coordenador, gerente da regional de educação, responsável de servir pela regional, e por fim secretário de educação, onde eu fui dezoito anos no município de Nazaré, Lagoa do Carro, São José da Coroa Grande, eu fui dezoito anos secretário. Só em Nazaré eu fui dezesseis.
JOSI MARINHO – É uma história inspiradora. Como o senhor, de uma família humilde, filho de um pedreiro e de uma lavadeira, teve uma intimidade tão profunda com a educação?
09’59’’ – Olhe eu sempre gostei de ler. Eu via na educação a saída. Desde pequeno eu sempre gostei de ler. Como naquela época minha mãe não podia comprar livro, nem jornal, eu lia o que encontrava, jornal velho. Sempre gostei de ler e na escola eu ia muito para biblioteca. Eu gostava sempre de ler e fui me dedicando e fui gostando e fui me aperfeiçoando. Cheguei a fazer uma série de coisas em educação e ainda estou fazendo. Porque eu não paro. O educador ele não para de estudar. Eu sempre tenho que estudar. Eu todos os dias, religiosamente, como quem toma um cafezinho, de vez em quando, eu termino meu jantar, subo pra minha sala de estudo, é primeiro andarzinho que eu fiz atrás da minha casa, e vou para lá. Eu vou para a internet, vou ver se tem alguma coisa, alguma cobrança, alguma coisa, copiar, e ler mais alguma coisa. Então eu tenho que ler alguma coisa todos os dias, além do trabalho.
TRILHA
JOSI MARINHO – Em 2023 o município de Nazaré da Mata completou 190 anos. Nazaré é o grande objeto de pesquisa do professor Aderito Hilton. Agora sim a gente entra na história desse lugar e nos processos dessa pesquisa, que se tornou um livro. O professor visitou os acervos públicos e principalmente as memórias do povo.
11’16’’ – Olha, parte da história eu já conhecia. Porque eu fiz história aqui na faculdade. Eu sou Historiador e já conhecia alguma coisa de Nazaré. Mas como eu disse no início na minha fala, eu não conhecia na íntegra a História bonita de Nazaré. Eu conhecia superficialmente, não conhecendo. Comecei a pesquisar, então quando eu comecei a pesquisar principalmente os livros do padre Petronilo, que foi um grande ser humano para Nazaré da Mata, que hoje eu sempre digo todas as vezes, Nazaré tem uma dívida muito grande com padre Petronilo. Em Nazaré, não tem nada com o nome Padre Petronilo e Padre Petronilo, fez muito por Nazaré, na educação e tudo. Foi ele quem trouxe essa faculdade praticamente pra aqui, com a amizade dele com o governador Paulo Guerra. Para não dizer que não tem nada nada, a escola é Rico Floriano, lá em frente da Mauricéia, quando foi inaugurado, eu era secretário na época e pedi ao prefeito Nado para botar as salas de aula e a diretoria, cantina, nome de nazarenos e não o número, nem letra. Então a diretoria daquela escola, chama-se sala Monsenhor Petronilo Pedrosa. Como botei a merenda, o nome de uma merendeira. As salas de aula nome de professores já falecidos. Eu sempre tive esse destaque por educação e por conhecer mais Nazaré. Então quando eu comecei a pesquisar o livro de Padre Petronilo, do Monsenhor Aragão e via as coisas, aí eu parti para o campo.
JOSI MARINHO – É agora que entra a sabedoria popular. O professor foi buscar pelas memórias. Nada melhor do que conhecer um lugar pelas histórias contadas e passadas de geração em geração.
– Tenho que ir para o campo para conversar com o pessoal. Fui para os engenhos aproveitar o período de entre-safra, que o pessoal tava mais em casa, mas ali na saída do engenho, conversar com o pessoal. Conversei com o cidadão aqui em Nazaré, que eu digo que ele é uma biblioteca ambulante e que você conhece, tio Arlindo. Aquele homem sabe coisa, como diz o matuto, do arco da velha. Então conversei muita coisa com ele, ele me dizia e eu depois ia pesquisar e realmente era verdade que ele tá dizendo. Muitas pessoas antigas, que hoje eu tenho no meu livro lançando essas pessoas, como médicos e até políticos da época, tio Arlindo era quem sabia descrever, e eu ia atrás e era verdade. Então Nazaré, a história é tão bonita, tão bonita que participou de todos os momentos revolucionários de Pernambuco. Nazaré, se fazia presente. Inclusive uma delas na revolução entre e Olinda e Recife, 605 pessoas saíram do Engenho da Mata Alpe de flores, lá em Buenos Aires, e se juntaram em Goiânia a outros, para ir Lutar em Recife e Olinda. Então Nazaré, esteve em tudo, presente em tudo. Todas as revoluções, Nazaré se fazia presente. Na guerra do Paraguai, a gente teve um cidadão aqui de Caciculé que comandou uma tropa foi condecorado por Dom Pedro II.
Isso tá no livro. Nazaré estava em tudo. A parte cultural de Nazaré, é linda, riquíssima, linda. Eu me lembro da minha da minha infância aqui, o fandango era uma coisa linda, entendeu?
JOSI MARINHO – explica um pouco pra gente o que é fandango.
14’48’’ – O fandango é marinheiro, marujo, numa barca, num navio que vinham cantando aquelas loas marinheiro, com um mestre com a parte humorística. Era uma coisa linda que sempre saía no Natal e aqui em Nazaré no dia da festa da padroeira e no Natal. Os pastoris que tinham aqui no Natal, era uma coisa linda. O caboclinho que você bem conhece, que é antigo, mas hoje ainda tem. O Maracatu, que é o carro forte da gente aqui. As burrinhas, as mulheres aqui até 20062007 tinha aqui no carnaval, saiam as burrinhas, senhoras casadas vestida de burra. Quer dizer sempre a coisa bonita o carnaval de Nazaré, sempre foi harmonioso.
TRILHA
JOSI MARINHO – Nazaré da Mata ostenta o título de capital estadual do maracatu. Todo ano milhares de pessoas visitam o município, principalmente no carnaval, por causa dessa tradição. Virou identidade.
15’53’’ – Inclusive eu tenho todas as datas dos Maracatus de Nazaré de quando eles foram criados. Em 1918 foi criado um Cambinda da Brasileira, o Cambinda lá do Cumbe foi o primeiro Maracatu daqui de Nazaré da Mata. E outros foram criados. Hoje ainda tem, com cento e tantos anos, ainda tem o Cambinda Brasileira lá. O Maracatu, no início quando eu era jovenzinho, eu me lembro que mãe dizia: “cuidado com o Carnaval, por causa da briga dos maracatus.” Existia uma rincha muito grande e um Maracatu não podia se encontrar com o outro. Graças a Deus isso é coisa do passado, não existe. Hoje é confraternização quando se encontra. Então é uma festa bonita e se manteve porque é uma tradição Rural. O Camponês, o homem do campo mesmo, ele trabalha o ano todinho, mas ele quer se apresentar no carnaval. Então, aquela indumentária do Maracatu aquilo é um chamariz para as pessoas que gostam do folguedo, gostam daquilo ali, se sentem bem em sair. Aquelas senhoras que saem acompanhando os Maracatus, aquilo para elas é uma glória, é um troféu participar do no Maracatu. Daí outras danças foram também se criando e imitando Maracatu e se enraizando. Por exemplo, a ciranda não é nossa. A ciranda é da praia, região da praia, mas se dá muito bem aqui na região da Mata Norte. Se deu muito bem que o cirandeiros daqui eles pegavam versos dos maracatus, as famosas LOAS e traziam para ciranda e vice-versa. Então se casou muito bem. O coco de roda também. São loas, são versos do Maracatu que é aquele pessoal que comandava o coco de roda chamava e fazia no outro ritmo, no outro compasso, em outra passada. Havia uma junção dessa cultura, tudo isso advinda do Maracatu.
JOSI MARINHO – O senhor falou de conflitos. O que a história conta sobre os conflitos do maracatu? Por que eles não podiam se encontrar? Era uma questão de competitividade ou havia aspectos religiosos?
18’14’’ – Há quem diga eu não tenho certeza, mas estou dizendo pelo que eu ouvi dizer, que era questão mais religiosas. Eram os orixás. Um era do Orixá isso, orixá daquilo, mas são conversas que eu ouvi de pessoas quando eu fiz uma pergunta parecida com essa sua, no engenho Cumbe. A pessoa dizia isso, não podia se encontrar o orixá A, não podia se encontrar com orixá B, que era daquele que protegia aquele Maracatu. Voltando para a atualidade, para que quem foi ouvir isso aí, possa entender, seria por exemplo: Corinthians e Palmeiras. Torcida do Corinthians x torcida do Palmeiras se encontrando. As vezes não tem aquele conflito? Então era mais ou menos nessa linha que existia. Graças a Deus hoje isso não existe mais. Hoje é só confraternização, só alegria quando se encontram.
JOSI MARINHO – A riqueza da cultura é impressionante. É o maracatu, é o coco de roda, a ciranda… O curioso disso tudo é que os brincantes são pessoas comuns… Os poetas muitas vezes são pessoas sem estudo algum.
22’05’’ – É curioso isso aí, então veja só, o sujeito que foi para uma faculdade, que cursou filosofia, que cursou sociologia e outras Gias mais, certo, ele tem mais facilidade, mas o Camponês cortando na cana, botando a ração para seu animal, aquilo é uma coisa dada pela natureza, dado por Deus, é uma cultura nata, entendeu? É dele, é a natureza que jogou para ele, eu admiro demais. O violeiro que pegar sua viola e faz aquele verso, que coisa linda, o cirandeiro mesmo, o menino do Maracatu, vou voltar para o mérito do Maracatu, ele pega aquele verso ali e tira na hora, o fato, você dizendo e ele fazendo na hora, aquilo é nato, agora com o decorrer da vivência, ele vai aperfeiçoando e vai fazendo, vai ficando, como se diz na gíria catedrática, aquilo é nato.
TRILHA
JOSI MARINHO – Vamos ir mais fundo na história de Nazaré da Mata? O nome vem de uma relação rural. As terras de Nazaré pertenciam a Igarassu. Eram inúmeros engenhos. Até que houve um desmembramento.
23’20’’ – É, Nazaré pertenceu a Igarassu. Nazaré veio realmente ser Nazaré, face a aquela doação de Dona Filipa Coutinho, que deu um pedaço do Engenho Lagoa Dantas para Nazaré.
JOSI MARINHO – Quem foi Dona Filipa?
23’36’’ – Foi senhora de engenho, do Engenho A Lagoa Dantas. Na época era A Lagoa Dantas, porque o Dantas eram animais que tinham numa lagoa no engenho. Aí o povo dizia a Lagoa Dantas, porque tinha muita anta lá. Então foi feita essa doação. A religiosidade do Povo de Nazaré. O Nazareno, apesar de hoje tá um pouquinho mais rebelde, por assim dizer, mas é muito chegado a fé religiosa. Não interessa onde é. Se ele é protestante, se ele é espírita, se ele é católico. Mas ele tem a f. Ele acredita em Deus. Então essa fé religiosa ajudou muito Nazaré a chegar a ser uma vila, depois cidade e hoje, município. Na Zona da Mata, Nazaré era o centro. Então dali, vários municípios foram criados em função de Nazaré. Aliança já foi Nazaré, parte de Carpina foi Nazaré, Lagoa do Carro já foi Nazaré, Macaparana já foi Nazaré, Lagoa seca foi Nazaré. Depois foi desmembrando, como citei no livro, cada um teve a sua passagem. Então quando Nazaré da Mata começou a ser criada, começou a ter feira, começou a crescer pela fé religiosa, essa ermida, foi construída aqui aonde é hoje o Bom Jesus, foi a primeira, e depois foi lá onde é a Catedral, de Nossa Senhora. O povo acreditou que Nossa Senhora estava em Nazaré, era de Nazaré. Essa religiosidade passou a ser maior e daí foi desenvolvendo, desenvolvendo… Outras doações foram feitas por parentes de dona Filipa, e Nazaré cresceu. A segunda doação feita pra Nazaré, pegou aqui onde é hoje a capela de São Sebastião, e Nazaré foi crescendo e se destacou. Então no começo era Nazaré, depois Nazareth, e por final Nazaré da Mata em 1943, que eu tenho aí no livro dos efemérides. Eu tenho todas as datas interessantes de Nazaré. Por lei, uma lei estadual, passou a ser Nazaré da Mata.
JOSI MARINHO – E por que Nazaré da Mata?
25’55’’ – Primeiro porque nós estamos numa região de muita mata. Depois já tinha Nazaré da Farinha, da Bahia. Tem um Nazaré também, se eu não me engano, parece que é do Piauí. Então, aproveitaram a região, a geografia da região, que era mata, e botaram Nazaré da Mata. Nazaré da Mata sempre foi de destaque. Sempre foi! Não é porque eu sou Nazareno que tô querendo elevar não. Eu tô dizendo o que realmente acontecia com Nazaré. Sempre foi destaque! Quem mais produziu… Quem mais teve engenho… Nazaré teve 357 engenhos,
JOSI MARINHO – Os engenhos trabalhavam com a cana-de-açucar. Como era a mão de obra?
26’44’’ – Eles trabalhavam com a mão escrava. A mão de obra era escrava. Depois com a evolução, alguns começaram a ter, através da água, aquela ventoinha puxando a carreta, e depois por animais, por bois. Mas na sua maioria era a escravidão. Era o braço do homem que fazia todo o trabalho da cana, do corte, do plantio, da moagem, do açúcar.
JOSI MARINHO – Hoje é tudo muito diferente! Mas deu pra perceber que é uma região de muito protagonismo.
27’34’’ – Nazaré da Mata, em 1822, teve a sua primeira escola. 1822. Antes da independência do Brasil, que foi 7 de setembro. E a primeira escola funcionou onde é hoje a farmácia do trabalhador, junto da Caixa Econômica, funcionou ali. Depois de 1892 já na República, teve a segunda escola. Então para você ver como Nazaré cresceu. Nazaré teve os melhores colégios da região, que era o Colégio Santa Cristina, que foi de 1923. Teve o Colégio São José em 1938. Ciclo Operário na época que começou, Nazaré da Mata foi o primeiro a ter. A Diocese, em 1918, foi a primeira a ter da região. A primeira igreja evangélica da Igreja Batista do nordeste foi Nazaré, que foi ali junto Santa Cristina, aquela casa em frente à secretaria de educação Eu só vim saber disso quando comecei a pesquisar, trabalhando em frente da casa, da secretaria, não sabia que ali tinha sido a primeira igreja evangélica. E assim sucessivamente. Nazaré sempre foi. A Great West foi a primeira a vim pra região, que era linha de trem. Depois veio, lançou o projeto e seis meses depois os trens estava transitando por aqui, carregando para toda essa região, Timbaúba, Aliança, Paudalho, Camaragibe e assim sucessivamente, depois se expandiu para Limoeiro.
TRILHA CINEMA FILME ANTIGO
JOSI MARINHO – Ainda falando de pioneirismo e de pontos importantes do município, vamos falar de um ponto de encontro, e de muitas alegrias: o cinema. O lugar onde amigos, famílias, namorados se encontravam.
30’40’’ – Olha, Nazaré da Mata também foi Pioneiro em cinema. Aqui em Nazaré tinha um cidadão chamado Joel de Lima, Seu Joel de Lima. Foi quem primeiro criou o cinema de Nazaré. Ele chegou a ser prefeito de Nazaré. Ele era arquiteto, ele construía a farmacêutica. Joel de Lima foi um homem que muito contribuiu para Nazaré. Então o cinema de Nazaré começou com ele, se eu não estou equivocado, em 1930, mas tem aí no livro. Qualquer dúvida o livro retifica, viu? E cabeça velha, não sustenta muita data não. E se expandiu. Nazaré da Mata conseguiu trazer através de cinema muitos artistas da época para se apresentar em Nazaré. Nazaré da Mata apresentou peça teatral naquele cinema e se envolveu outras pessoas daqui de Nazaré. Tem um cidadão aqui chamado Cícero, que era enfermeiro, que ia fazer show, apresentar. Seu Peixotinho da Luz da Celpe, que era o Chacrinha, na época Chacrinha ele aqui fazia. Depois se passaram outros donos e o último foi Benedito, um cidadão de carpina que vivia aqui Nazaré da Mata. Foi morar em Nazaré com a família todinha. Então eu alcancei o cinema, indo para o cinema. Era a única saída, enquanto namorado, com a minha namorada para ir no cinema aos domingos, sábado, domingo, acompanhado do meu cunhado, porque ele era pequenininho, tinha que ir com ele. O cinema era aquela parte gostosa da população. Tinha cinema, projeção, no sábado, no domingo, na quarta-feira às vezes até na sexta. Mas eram esses três dias. Na quarta-feira eram as famosas séries, os seriados: Tarzan, não sei quem fantasma …. Toda quarta-feira a gente ia para acompanhar a série. E Nazaré tem uma coisa folclórica que eu lanço ai no livro. Nazaré tinha a primeira classe e a segunda classe. Vocês já ouviram falar disso?
JOSI MARINHO – Explique melhor pra gente…
– Primeira e segunda classe. Era o seguinte: aqui está a tela, daqui para cá era a primeira classe. O que passava da tela, que a tela era de tecido fino, então era a segunda classe. Era uma área pequenininha assim, talvez uns quatro metros, com uma arquibancada, com os bancos, que a arquibancada, o ingresso era mais barato. Então, aqueles pobrezinhos que não podiam ir para a primeira classe, iam pra segunda fila e viam ao contrário. Viam a projeção ao contrário, mas iam.
DESC – Na prática… A primeira classe ficava de frente para a tela, que na época era um tecido fino. A segunda classe assistia ao filme atrás da tela… Por isso a projeção era vista ao contrário.
33’36’’ – Uma outra coisa muito tradicional do cinema, era uma senhora que assava milho verde, em frente ao cinema, chamada Maria Braz, Dona Maria Braz. Morava lá na Rua da Alegria, vinha com uma lata de18 litros, ela cortava e botava o fogãozinho dela com carvão e assando milho, e vendendo. São coisas folclóricas de Nazaré que eu lanço no livro, porque fazia parte do cinema da parte teatral de Nazaré.
TRILHA CINEMA FILME ANTIGO
– Luiz Gonzaga veio para Nazaré, se apresentou aqui no Cinema, no cinelux. Coronel Ludugero se apresentou aqui e eu assisti. Depois vários jovens, grupos teatrais, que iam se formando aqui, dia de domingo à tarde se apresentavam no Cine Lux. Lamentamos na época, quando o Cine Lux acabou. Foi vendido o prédio e depois uma parte ali foi feito transformada em lojas e depois no Banco do Brasil, que era a fundição, onde fundia ferro ali. Então o cinema para Nazaré foi muito importante, muito progressivo. Não só pra Nazaré, pra região, porque ele foi Pioneiro e daí outras cidades, como Carpina, tem Timbaúba, Goiana, começaram a ter cinema também. Mas Nazaré foi pioneiro e muito bom cinema.
JOSI MARINHO – Nazaré da Mata também é conhecida pelas igrejas. Há um tempo uma revista em quadrinhos contou um pouco da história dessas igrejas. Foi uma ideia que surgiu na época em que o professor Aderito Hilton foi secretário de educação. A história era a seguinte: uma família recém chegada a cidade matriculou os filhos numa escola. Eles não conheciam absolutamente nada do local. A direção da escola então resolveu fazer visitas semanais. Toda semana um ponto era descoberto. Assim as crianças e os leitores passaram a conhecer os patrimônios de Nazaré da Mata.
36’18’’ – nós temos, começando do Juá, a Capelinha de Santa Terezinha. É uma das antigas ali na Praça Escrava Ana Rosa. Mais na frente, vindo nessa mesma rua, nós temos a Igreja do Bom Jesus. Foi a primeira igreja de Nazaré, onde foi lançado Ermida e depois passou para ser a igreja da catedral. Passando direto para o Sertãozinho, nós temos a Igreja de São José, é uma das antigas do bairro do Sertãozinho. Hoje nós já temos a Igreja de São Francisco, que é mais nova. Voltando, nós temos na Escola Irmã Guerra, a capela da escola Irmã guerra certo. Aí vem a igreja Catedral. Indo para a zona rural, temos nos engenhos, quase todos os engenhos tinham Capela. Porque a religiosidade nos engenhos, era priori ter uma capela no engenho. Pelo menos duas vezes por ano era celebrado missa, pelo menos duas vezes. Todos os engenhos tinham Capela.
38’19’’ – a religiosidade do Nazareno era muito alta. Hoje talvez essa altura tenha diminuído, mas ainda é, aquela fé em Deus. Aquela fé de que é através dEle que a gente cresce, através da religiosidade. Aqui em Nazaré, sábado domingo, você tem missa nos engenhos, na cidade, nas capelas. (…) A religiosidade, sempre foi o ponto alto do Nazareno, daí a origem da cidade.
39’18’’ – mas ainda continuando com as igrejas a gente tem a maior, que é a diocese. A diocese Nazaré hoje tem 43 municípios que estão subordinados a coordenação do bispo, no caso aqui do Dom Lucena.
TRILHA
JOSI MARINHO – Em Nazaré da Mata existem muitas praças. Uma delas passa despercebida. A Praça Escrava Ana Rosa tem toda uma história em volta dela.
45’22’’ – A história da Praça Ana Rosa, justamente foi uma escrava que foi morta ali naquela praça. Eu na minha humilde opinião, eu acho que deveria ter uma estatueta da Escrava, ali na praça, mas não tem. É uma praça antiga em Nazaré, bem localizada, mas que infelizmente não tem nada disso aí.
– A praça da Deri, que era a Praça Governador Paulo Guerra, aproveitaram aquele espaço ali e fizeram aquela praça. Hoje também, o monumento busto não tá mais lá. Eu não sei onde é que tá. Mas era uma praça, que ainda é hoje, muito frequentada, infelizmente não é tão bem tratada.
– A Praça da Catedral, que já passou por várias reformas, é uma das mais bonitas de Nazaré da Mata. A Praça do Frevo, que antigamente era a Praça da Capa Bode, chegou até ter coreto (…), onde as bandas se apresentavam, era bonita ali no aniversário da capa bode, a festa tradicional dali.
46’45’’ – A praça da Revoltosa, antiga também, aproveitaram esse espaço que era ocioso em homenagem a Revoltosa, foi feita essa praça, que serve para os alunos do Maciel Monteiro quando estão esperando para entrar no colégio, ficarem sentados aqui, conversando.
– A do cemitério é uma praça antiga também, mas é uma praça em homenagem a Pascoal Calábria, que era um cidadão antigo em Nazaré da Mata. Fizeram aquela praça por um filho dele ter sido um padre, padre Carlos Calado. Ele muito religioso, então foi feita aquela praça, uma das antigas, que serve também para as pessoas que vão para a faculdade aguardarem, ficam sentadinhos. Quando tem algum funeral as pessoas ficam ali aguardando. Então é uma praça também muito visitada pelos nazarenos e por pessoas que vêm de outras cidades.
JOSI MARINHO – Também tem a Praça da Estação.
47’42’’ – a da estação por exemplo, é uma praça antiga que foi feita na época pelo prefeito Benjamin Azevedo, que era da usina Barra. Infelizmente ela não conseguiu progresso. Ainda existe lá, mas é a menos aceita pelo povo. Ela não tem uma fluência muito grande. Só os kombeiros que fizeram ponto ali para usar, mas pessoas ali, muito raro.
TRILHA
JOSI MARINHO – Professor, no seu livro o senhor destaca grandes personalidades que passaram por Nazaré, outras que saíram daqui. São políticos, artistas, jornalistas. O livro “Nazaré da Mata – sua história, o seu povo e a sua cultura” ainda dedica espaço para a história da comunicação aqui no munícipio. Produto de muita pesquisa. Sem contar nas curiosidades… O senhor não esqueceu de uma delas não?
54’30’’ – Eu ia esquecendo de uma coisa, que é interessante dizer para a população que vai nos ouvir. Hoje onde é a Escola Maciel Monteiro, foi a primeira Prefeitura de Nazaré da Mata. A rua da prefeitura ela era arborizada no centro e eu tenho isso no livro com fotografia. O carnaval de antigamente, eu tenho isso fotografado, como era o carnaval. O mela-mela que eu ainda participei disso. A gente tinha as bombinhas de água, com cano, jogando água no pessoal. Eu tenho isso fotografado no livro. Eu sou um homem privilegiado por ter tido a condição de escrever “Nazaré da Mata a sua história, o seu povo e a sua cultura”. Isso é um privilégio para mim quanto Nazareno. Obrigado, meu Deus pelo privilégio.
JOSI MARINHO – Falando em carnaval…. Não podemos esquecer das grandes festas… Dos clubes noturnos….
57’10’’ – Os velhos carnavais do Condor, Esporte Clube, Manhã de Sol, O jacaré lá em cima, que era o mais popular. No Juá tinha ali na rua de Zeca Auto Peças, o chamado Buraco do Rato. O elefante foi um dos primeiros, perto da praça do frevo. Nazaré teve grandes carnavais, grande festa, a festa da Padroeira, grandes bailes. (…)
58’13’’ – eu não podia entrar porque naquela época era ‘de menor’. Não podia entrar no Condor, e nem podia pagar a entrada. Aí eu vinha pra aqui, porque também tinha o Carnaval da Revoltosa. Eu tava aqui dançando no carnaval e no São João. Era uma grande festa, sem muitas confusões, eram notáveis brincadeiras, as famílias. Era muito gostoso.
JOSI MARINHO – Ainda nesse clima de festas, não podemos esquecer de um evento aguardado o ano inteiro por toda essa região: a festa da padroeira.
58’46’’ – Não é só de Nazaré. Na Festa da Padroeira, nós contamos aqui com a multidão de visitantes, de Carpina, Lagoa do Carro, Goiana, Aliança, Timbaúba, Macaparana, Vicência, do Povoado de Laranjeira, de Lagoa Seca, Goiana, Condado. É muita gente aqui Nazaré, tanto na missa solene, como na procissão, mais na procissão. Porque é aquilo que eu disse a você, é a fé religiosa. Se eu vou e acompanho a procissão da Nossa Senhora da Conceição, eu vou ter um ano feliz pela frente. Porque esse é o meu raciocínio psicologicamente. Eu munido daquela fé, eu venço. (…)
– Então, era aguardada por todo mundo. Como também ainda hoje é aguardado o encontro de maracatus. O São João é mais ou menos, mas era uma época muito boa, quando tinha um ciclo do Forró aqui, muito festejado.
TRILHA
JOSI MARINHO – Toda nossa conversa é um recorte dos inúmeros detalhes do livro “Nazaré da Mata – sua história, o seu povo e a sua cultura”. O nosso bate-papo está encantador. E eu tenho certeza que fica o gostinho de quero mais. O livro pode ser encontrado em brechós da cidade, no espaço Ana Rosa, em Nazaré da Mata, e com o próprio professor Aderito Hilton. Ele sempre anda com dois ou três exemplares. Para pedidos, é só procurar o professor no instagram pelo perfil Aderito.Artesanato. Ele também trabalha com artesanato e lá tem várias peças feitas por ele.
DESC – A capa do livro traz a Igreja de Nazaré da Mata no meio de um canavial. Na frente da igreja um espaço de terra e um caboclo de lança.
JOSI MARINHO – Professor, Nazaré em 2023 completou 190 anos. O senhor tem 78 anos. O que o senhor ainda espera dessa cidade, do povo e da cultura?
01’03’52’’ – Olhe, eu gostaria de que meus netos tivessem a alegria que eu tenho em dizer que sou Nazareno. Já participei de muita coisa bonita em Nazaré, que já vi muitas festas bonitas em Nazaré, que já vi muita glória para Nazaré. Campeonato das cidades, você ia para televisão, o canal 2 na época, disputado, Nazaré ganhando muita coisa. Então eu gostaria de que os próximos administradores fizessem por Nazaré, o que Nazaré precisa ter: mais sucesso, mais amostragem, mais cultura, mais educação para o povo, mais junção do povo no seu todo. Não sair, dissipar. Eu quero junção, juntar o povo. Juntar o povo num evento, juntar o povo no sete de Setembro. Juntar o povo no carnaval. Juntar o povo numa Ciranda que vai ter lá, sei lá onde for, no parque do lanceiro. Trazer o povo, para que o povo conheça, para que o povo divulgue mais de Nazaré. Fazer divulgação de Nazaré. Que se tenha um momento, que eu não sei, eu não diria gastar, eu diria investir. Que investisse na divulgação de Nazaré. Porque você só tá sabendo muita coisa de Nazaré agora, depois que eu falei aqui para você.
JOSI MARINHO – Professor, que conversa maravilhosa. A gente sai daqui ainda mais apaixonado por essa cidade, por essa história. Amamos conhecer Nazaré da Mata, seu povo, a sua história e a sua cultura. Muito obrigado por esse momento.
01’06’55’’ – eu só tenho que agradecer a vocês por essa oportunidade de poder, de me dar espaço, para que eu pudesse falar. Para que eu pudesse mostrar ao pessoal a minha emoção por Nazaré. A minha emoção por educação. Porque em 52 anos que eu sou de educador, se eu pudesse voltar e ressuscitar, eu seria educador de novo. Eu gosto da educação, eu gosto de cultura, eu gosto de música, eu gosto de ver crescimento. Eu não gosto de ver decréscimo .Eu gosto de ver acréscimo .Eu gosto de ver o meu país, a minha cidade, o meu Município, meu povo, meus irmãos nordestinos crescendo. E isso que eu gosto, muito obrigado!
ENCERRAMENTO
JOSI MARINHO – E a gente também agradece a você que chegou até aqui com a gente. É assim que termina o quinto episódio da Temporada Especial do Podcast Nossa História, Nossa Memória sobre os patrimônios materiais e imateriais da zona da mata
Nesta temporada, o projeto conta com apoio da Universidade de Pernambuco, Campus Mata Norte; do Ponto de Cultura Poço Comprido; Patrimônio Vivo e Ponto de Cultura Banda Curica; Patrimônio Vivo e Ponto de Cultura Banda Revoltosa; da Associação dos Maracatus de Baque Solto de Pernambuco, que é patrimônio vivo e ponto de cultura. São parceiros, ainda, o Ponto de Cultura Bloco Rural Caravana Andaluza; Associação dos Mamulengueiros e Artesãos de Glória do Goitá; o Museu do Mamulengo de Glória do Goitá; Banda Musical Euterpina de Timbaúba, patrimônio vivo de Pernambuco.
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– Na equipe deste podcast João Paulo Rosa com a trilha sonora.
– O jornalista Gedson Pontes com roteiro e montagem.
– A produtora cultural Crislaine Xavier com a audiodescrição.
– Alisson Santos com a gravação.
– Videomaker: Julio Melo.
– Designer: Murilo Silva.
– Web designer: Saulo Ferreira
– Apresentação e produção da jornalista Josi Marinho.
– No nosso canal do Youtube, nossos episódios estão traduzidos em Libras – Língua Brasileira de Sinais pela tradutora Ewelyn Xavier
– Coordenação geral e reportagem do jornalista, documentarista e produtor cultural, Salatiel Cícero.
A gente te espera no próximo episódio !!!! Até lá!!!