ASSOCIAÇÃO CULTURAL DOS MAMULENGOS ARTESÕES DE GLÓRIA DO GOITÁ

Neste episódio, visitamos o Museu do Mamulengo em Glória do Goitá, Pernambuco, onde Edjane Maria Ferreira de Lima, conhecida como Mestra Titinha, apresenta a rica história dos mamulengos. O museu, situado num prédio histórico, preserva essa forma de arte popular brasileira, desafiando dificuldades financeiras e culturais para manter viva a tradição. O episódio explora a evolução dos mamulengos e a participação crescente das mulheres nesse campo tradicionalmente masculino.

ROTEIRO – 18 – ASSOCIAÇÃO CULTURAL DOS MAMULENGOS ARTESÕES DE GLÓRIA DO GOITÁ

JOSI MARINHO – LOCUTORA JOSI MARINHO

DESC – DESCRIÇÃO CRIS XAVIER

TEC – TÉCNICA

JOSI MARINHO – seja bem vindo ao Podcast Nossa História, Nossa Memória, realizado com o incentivo do Funcultura,  Fundarpe, Secretaria de Cultura e Governo do Estado de Pernambuco.

JOSI MARINHO – Hoje a gente te convida para entrar num mundo onde bonecos ganham vida e histórias. Já ouviu falar de mamulengo? Pois então, se prepara para se divertir e aprender. Nós estamos no Museu do Mamulengo de Glória do Goitá, munícipio da zona da mata de Pernambuco. aqui também funciona a Associação Cultural dos Maulengueiros e Artesões de Glória do Goitá. 

JOSI MARINHO – EU sou a jornalista Josi Marinho. Mulher negra, produtora cultural e realizadora desse projeto. 

JOSI MARINHO – Você sabe o que é mamulengo?

JOSI MARINHO – Vamos juntos conhecer o museu? Ele se destaca como um importante ponto de cultura e funciona no prédio do antigo mercado público, no centro de Glória do Goitá. Quem abre as portas pra gente é  Edjane Maria Ferreira de Lima, mais conhecida como Mestra Titinha. 

DESC – 

JOSI MARINHO – Mestra Titinha, muito bem vinda. Queremos conhecer a história e a memória do Museu do Mamulengo. 

JOSI MARINHO – E não é só a história do museu que chama atenção. Ele não possui uma sede qualquer. O prédio que abriga essa importante manifestação cultural também tem sua importância. 

JOSI MARINHO – Na época, ainda sem os espetáculos, os artesãos ganhavam dinheiro com a confecção e a venda dos bonecos. Precisaram trabalhar muito e vender mais ainda para conseguirem uma boa renda. Nossa convidada passou 14 anos na presidência da associação gerindo toda essa cadeia cultural. 

JOSI MARINHO – Em 2017 o Museu do Mamulengo enfrentou um desafio enorme. precisou provar a importância dessa manifestação popular para a própria gestão de Glória do Goitá, município que hoje é conhecido pela tradição dos mamulengueiros. 

JOSI MARINHO – O apoio veio de todos os lados. a comunidade cultural reconhecia o trabalho do Museu do Mamulengo. 

JOSI MARINHO – Foi um momento de tensão para a associação. O medo de perder o espaço onde a tradição se mantinha viva era grande. Enquanto reuniões aconteciam a portas fechadas, no museu os mestres que literalmente manuseavam a cultura seguiam produzindo, ensinando e encantando os visitantes. Até chegar a resposta do Iphan – o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.  

JOSI MARINHO – Em 2023 o então presidente do museu, Pablo Dantas se afasta do cargo por motivos pessoais. uma nova eleição foi feita e elegeu os filhos da Mestra Titinha para presidência. Jennifer se tornou presidente, cargo que já tinha sido da mãe; e Igor é o vice-presidente. Mestra … É a atual secretária. 

JOSI MARINHO – Mestra, em meio a tanta luta para manter viva a tradição uma coisa é fato. O mamulengo é tão grande que levou o nome de Glória do Goitá para o mundo. É praticamente um título que o município ganhou. Glória do Goitá é conhecida por muitos como cidade do mamulengo.  

JOSI MARINHO – Falar de mamulengo é falar de criatividade. É uma tradição com muita história que começou láááá atrás,  mas que soube se reinventar. 

JOSI MARINHO –  E quando essas histórias deixaram de ser engraçadas? Quando vocês perceberam que elas precisavam ser reescritas? 

JOSI MARINHO –  Como o público e os próprios mestres receberam essas mudanças?

JOSI MARINHO – A gente fala de uma região que ainda conserva costumes machistas e muitas vezes a mulher é erroneamente colocada numa posição de submissão. 

JOSI MARINHO – E a nova geração? 

JOSI MARINHO – O interessante do Museu do Mamulengo é que ele possui um balcão onde os mestres produzem o boneco. A matéria prima é o mulungu ( o que é?) Como esse material chega aqui e como ele ganha forma de boneco? 

JOSI MARINHO – E onde vocês foram buscar esse mulungu? 

JOSI MARINHO – Vocês sabem quantos bonecos tem aqui?

JOSI MARINHO – E quanto custa um boneco? 

JOSI MARINHO – Quem visita o Museu do Mamulendo se depara com uma frase de Gilberto Souza Lopes, o Mestre Bel. Ele diz que o boneco dorme e só acorda quando a gente chama ele. A música chama o espírito dos bonecos. 

JOSI MARINHO – A tradição é a apresentação do mamulengo virar a noite. Nem sempre acontece, mas já vimos que em qualquer apresentação é preciso muita criatividade, sem contar com a arte do improviso. 

JOSI MARINHO – Qual a diferença da associação para o museu?

JOSI MARINHO – E quem visitar o museu vai encontrar o quê?

JOSI MARINHO – Onde, no mundo, tem bonecos de mamulengo feito aqui?

JOSI MARINHO – Mestra, muito obrigado…. Pela nossa conversa. Garanto que todos estão morrendo de vontade de conhecer o Museu do Mamulengo de Glória do Goitá. 

ENCERRAMENTO

JOSI MARINHO – E a gente também agradece a você que chegou até aqui com a gente.  É assim que termina o quinto episódio da Temporada Especial do Podcast Nossa História, Nossa Memória sobre os patrimônios materiais e imateriais da zona da mata  

Nesta temporada, o projeto conta com apoio da Universidade de Pernambuco, Campus Mata Norte; do Ponto de Cultura Poço Comprido; Patrimônio Vivo e Ponto de Cultura Banda Curica; Patrimônio Vivo e Ponto de Cultura Banda Revoltosa; da Associação dos Maracatus de Baque Solto de Pernambuco, que é patrimônio vivo e ponto de cultura. São parceiros, ainda, o Ponto de Cultura Bloco Rural Caravana Andaluza; Associação dos Mamulengueiros e Artesãos de Glória do Goitá; o Museu do Mamulengo de Glória do Goitá; Banda Musical Euterpina de Timbaúba, patrimônio vivo de Pernambuco.

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– Na equipe deste podcast João Paulo Rosa com a trilha sonora. 

– O jornalista Gedson Pontes com roteiro e montagem.

– A produtora cultural Crislaine Xavier com a audiodescrição.

– Alisson Santos com a gravação. 

– Videomaker: Julio Melo. 

– Designer: Murilo Silva.

– Web designer: Saulo Ferreira   

– Apresentação e produção da jornalista Josi Marinho. 

– No nosso canal do Youtube, nossos episódios estão traduzidos em Libras – Língua Brasileira de Sinais pela tradutora Ewelyn Xavier  

– Coordenação geral e reportagem do jornalista, documentarista e produtor cultural, Salatiel Cícero.  

A gente te espera no próximo episódio !!!! Até lá!!!