ASSOCIAÇÃO DOS MARACATUS DE BAQUE SOLTO

Se você é apaixonado por cultura popular e patrimônio imaterial, não pode perder o quinto episódio do Podcast Nossa História, Nossa Memória, que explora a rica tradição do maracatu de baque solto de Pernambuco. Neste episódio, visitamos a Associação dos Maracatus de Baque Solto de Pernambuco, localizada no município de Aliança, a 90 km de Recife. A associação, também conhecida como Casa do Mestre Salu, é um vibrante centro de cultura e tradição, onde mais de 90 grupos de maracatu se unem para preservar e celebrar sua herança cultural. Aqui, as cores vivas, os sons pulsantes dos tambores e as narrativas enraizadas nas tradições indígenas e africanas se entrelaçam para contar a história deste fascinante elemento do folclore brasileiro. Este local não apenas serve como ponto de encontro para os artistas e entusiastas do maracatu, mas também homenageia o legado do Mestre Salustiano, um ícone da cultura popular de Pernambuco, cuja vida e obra continuam inspirando gerações.

ROTEIRO – 5 – ASSOCIAÇÃO DOS MARACATUS DE BAQUE SOLTO

JOSI MARINHO – LOCUTORA 

CRIS XAVIER– DESCRIÇÃO 

JOSI MARINHO – O Podcast Nossa História, Nossa Memória é realizado com o incentivo do Funcultura,  Fundarpe, Secretaria de Cultura e Governo do Estado de Pernambuco.

JOSI MARINHO – Bem-vindos ao quinto episódio do nosso podcast. Um espaço para conhecer os patrimônios da cultura popular da região da mata norte do estado de Pernambuco. Eu adianto que esse episódio está diferente e especial. A gente vai falar sobre uma associação que tem como missão manter viva a tradição do maracatu de baque solto.  Imagina a união de mais de 90 grupos?  Um de mão dada com o outro para que todos cresçam. Essa é a Associação dos Maracatus de Baque Solto de Pernambuco.

JOSI MARINHO – Eu sou a jornalista Josi Marinho. Mulher negra, produtora cultural e realizadora desse projeto.

CRIS XAVIER– E eu sou Cris Xavier, mulher negra e produtora cultural. Você já sabe que este podcast conta com recursos de audiodescrição. Ele é importante para contar histórias para pessoas com deficiência. Esse som … (pausa) … Indica que você vai ouvir minha voz descrevendo algo importante do nosso episódio. 

JOSI MARINHO – Dessa vez estamos no município de Aliança, na Zona da Mata norte do Estado de Pernambuco. Aliança possui uma agricultura forte, com destaque para cana-de-açúcar. Também tem tradição em festas culturais. O município fica a 90km da capital Recife. E é aqui, na Rua do Rosário, onde fica a Associação dos Maracatus de Baque Solto de Pernambuco, também conhecida como Casa do Mestre Salu. 

CRIS XAVIER– A associação funciona em uma casa com um espaço bem grande. O local é todo pintado de amarelo e quem vê de longe já reconhece que ali funciona um espaço dedicado ao maracatu de baque solto. Na fachada um grande letreiro azul estampa o nome da associação e logo em baixo, em vermelho, a frase “Casa do Mestre Salu”. Vários desenhos fazem alusão ao maracatu. São símbolos como caboclo de lança, leão e estrela do maracatu… Entre outros. A casa tem uma grande varanda e um terraço espaçoso onde as pessoas podem conversar. Do lado de dentro, um grande salão, uma espécie de auditório todo pintado de azul, cheio de estandartes e fotos. É neste local onde acontecem as reuniões. 

SOM DAS PESSOAS FALANDO

JOSI MARINHO – Vocês estão ouvindo essas conversas?

SOM DAS PESSOAS FALANDO

JOSI MARINHO – É que a gente chega no meio de uma reunião. Tem dezenas de pessoas aqui, entre membros e representantes de maracatus. E hoje vamos ouvir alguns deles.  Além de conhecer a associação, também vamos conhecer alguns grupos. Mas antes, vamos entender o que é o maracatu de baque solto? 

CRIS XAVIER– Existem dois tipos de maracatu…. O maracatu de baque solto,  também chamado de maracatu rural, e o maracatu de baque virado, conhecido como maracatu nação. Vamos as principais diferenças? 

O maracatu de baque virado tem raízes religiosas ligadas ao povo africano.  Tem uma estrutura hierárquica bem formal. Possui rei, rainha, personagens nobres e roupas luxuosas. O som é predominante de instrumentos de percussão, como tambores, gonguês e alfaias. 

Já o maracatu de baque solto, como o nome sugere, é mais livre e com uma estrutura menos rígida. Surgiu na zona da mata, baseado nos costumes indígenas e também sofreu influência africana. O som é característico de tambores, chocalhos, flautas… Os integrantes se vestem de forma colorida e variada, com fantasias que representam tradições raízes como bumba-meu-boi, cavalo-marinho. No maracatu de baque solto também tem rei e rainha, mas a figura que se destaca é o caboclo de lança que sempre usa vários adereços confeccionados a mão, de forma artesanal. São eles:  a gola, que é uma espécie de manta longa, colorida, com lantejoulas bordadas e muito brilho. A calça geralmente é de tecido de chita e com lã. Os rostos sempre pintados com carvão ou batom vermelho. Outras características são óculos escuros e um cravo branco na boca. Nas costas ele carrega um objeto chamado surrão, onde ficam presos os chocalhos. Na cabeça uma enooorme cabeleira brilhante e nas mãos uma lança de madeira com cerca de dois metros de cumprimento e adornada com várias tiras de tecidos coloridos. 

JOSI MARINHO – Depois de entender o que é o maracatu de baque solto, vamos voltar para nossa reunião? Ela acontece a todo vapor. 

– Bom dia, minha gente! Bom dia, bom dia! Sejam todos bem-vindos a Associação dos Maracatus de Baque Solto de Pernambuco. 

– companheiros maracatuzeiros, maracatuzeiras, vamos iniciar mais uma importante reunião hoje, aqui em nossa sede… 

JOSI MARINHO – A reunião começou com uma homenagem há alguns mestres de maracatu que se foram. 

– “e a gente pediria aqui um minuto de silêncio, faleceu o diretor José Marcelino, conhecido por José Pará,. Ele é de Leão Dourado, de Chão de Baltês, Buenos Aires. Também faleceu o diretor do Dragão Devorador de Igaraçu. Então a gente pede um minuto de silêncio. Quem tiver com chapéu retire, por favor. Homenagem póstumas aos companheiros QUE SE FORAM.

TRILHA CALMA

JOSI MARINHO – Mais na frente você vai entender a importância dessa homenagem a quem tanto contribuiu para cultura popular. 

TRILHA

JOSI MARINHO – Agora vamos falar sobre a associação? Ela também é conhecida como Casa do Mestre Salu, lembra?  Mas quem foi Mestre Salu?  Bem… Já sabemos que o objetivo dessa associação é unir os grupos de maracatu. Antigamente, a tradição era muito forte e durante os carnavais até se tornava uma brincadeira perigosa. É que os caboclos de lança batalhavam entre si… E sempre saia algum ferido. Os grupos eram rivais… Mas alguém percebeu que isso estava acabando com a cultura… Que as pessoas tinham mais medo do que admiração e que os grupos estavam cada vez mais sumindo… Daí a ideia de unir todo mundo. Isso começou em 30 de setembro de 1989,  quando Manoel Salustiano Soares, conhecido com Mestre Salu, fundou a Associação dos Maracatus de Baque Solto de Pernambuco.

CRIS XAVIER– Mestre Salustiano foi um homem negro, cabelos e bigode grisalhos, com marcas de expressões na testa e sempre com um óculos redondo. Ele foi literalmente um mestre da cultura popular com um legado enorme e uma contribuição incontestável. Ele aprendeu com o pai, João Salustiano, a fazer e a tocar um instrumento de cordas chamado rabeca. Ele lembra um pouco um violino, mas a aparência é mais rústica, com pouca curvatura e pode ter entre três e quatro cordas. A rabeca tem uma sonoridade única e é muito utilizada na música popular e folclórica brasileira. 

SOBE SOM RABECA TOCANDO

JOSI MARINHO – Versatilidade talvez seja a melhor descrição para o Mestre Salu. Era músico e cantava, dançava,  tocava,  estava imerso em brincadeiras como cavalo-marinho, forró de rabeca, mamulengo, ciranda, coco, maracatu e por aí vai. Ah… Ele também confeccionava instrumentos, já falamos né? Mestre Salu faleceu em agosto de 2008, aos 62 anos, por causa de uma arritmia cardíaca provocada pela doença de chagas. 

JOSI MARINHO – E não tem ninguém melhor para falar desse importante mestre, do que o filho dele, Manuelzinho Salustiano, que hoje atua no conselho fiscal da Associação dos Maracatus de Baque Solto de Pernambuco. 

CRIS XAVIER– Manuelzinho Salustiano é um homem negro e lembra muito o pai, com cabelos e bigode grisalho. Usa óculos e um chapéu. Ele não gosta muito de estar no palco não. Como um bom artesão carnavalesco que gosta de fazer fantasias, ele prefere ficar atrás das cortinas observando todo trabalho brilhar. 

JOSI MARINHO – Manuelzinho começa contando pra gente quem te ensinou sobre cultura popular e de onde vem toda essa história com o maracatu? 

MANUELZINHO SALISTIANO  – essa história veio do terreiro do meu pai, né? Mestre Salustiano, foi lá que a gente aprendeu a lidar com a cultura popular, não só do baque solto, como do cavalo marinho, do caboclinho, da Ciranda, do Mamulengo. Então, tudo nasce ali, no terreiro do meu pai, o mestre Salustiano. 

JOSI MARINHO – Agora faça com a gente um exercício de imaginação. Imagina o mundo sem esse toque… (som do maracatu). Já pensou se não existisse mais o maracatu … (som do maracatu). Triste né?  Mas essa brincadeira quase entrou em extinção. Falamos há pouco sobre a violência na disputa de diferentes grupos de maracatu. Daí surgiu a ideia de unir todo mundo. 

MANUELZINHO SALISTIANO –  a ideia de construir a associação, quando meu pai teve, que ninguém acreditava nisso, foi para que os Maracatus se mantivessem unidos, parassem de brigar. Porque a gente sabe que no passado existiam muito conflitos. E aí Salu vem com essa ideia para que os maracatus não brigassem. Porque em 1989 só existiam nove maracatus em atividade. Eram 11, mas na verdade no primeiro encontro só tinham nove. E o Maracatu estava em extinção, ia se acabar. E Salú teve a brilhante ideia de dizer assim: “vou fazer uma associação e vou fazer você se olharem”. E aí começa o trabalho dele com paciência de juntar todo mundo. Com 10 anos depois a gente já tava chegando perto de 100 grupos de maracatus. Não é que surgiu o Maracatu novo, eram aqueles maracatus do passado que estavam desistindo devido a violência.

E hoje Maracatu é o que é.  É o sucesso, é o cartão postal de Pernambuco. Se você analisar o caboclo de lança, ele tá nos Outdoors, ele está no comercial, ele está nos livros, ele está na televisão, no comercial. Pena que as vezes a gente não percebe essa importância do Maracatu de baque solto. 

JOSI MARINHO – Esse começo não foi fácil não. As primeiras reuniões aconteciam de baixo de árvores, em espaços cedidos como colégios e até a câmara municipal de aliança. São 34 anos dessa união em 2023. Quais memórias você guarda dessa história? 

MANUELZINHO SALISTIANO – a primeira memória quando Salu diz “eu vou fazer uma associação”. E todo mundo achava que Salú tava doido, por causa da ignorância das pessoas, pelas brigas. Salu acreditava no povo dele. Salu sabia que o Mestre ele tinha um pertencimento. Não é fácil fazer um grupo e dominar. Porque todo mundo hoje…  quando a gente tem que entender que existe um mestre pertencimento. Quem é o mestre do pertencimento? É aquele que queria fantasia. É aquele que tem a liderança. É aquele que sabe cuidar do seu lado dos rituais, porque dentro do Baque Solto tem seu Ritual e que entende que ritual aquele, que sabe fazer com que as pessoas criem respeito pelo metre mais velho. Porque a gente as vezes perde isso. Então Salu, ele soube lidar com essas pessoas, com esses verdadeiros mestres que tinham pertencimento. Foi por isso que deu certo essa ideia de criar Associação. Só deu certo porque Salu acreditava no povo dele.  Porque o que acontece hoje é que a gente olha muito espetáculo, mas esquece o que acontece no terreiro. Salu, ele observou o que acontecia no terreiro. Porque dentro do terreiro você tem uma escola. A universidade para se criar um mestre é no terreiro. Então tem que prestar atenção nisso. Se você não valorizar o mestre mais velho que tem um pertencimento, esse mestre não vai repassar a história, Maracatu vai se tornar um espetáculo. Um espetáculo tem uma coisa, se ele for bom ele dura um pouco em cartaz, se ele for ruim, você só vê ele três vezes e acabou. Mas o terreiro é uma resistência e ele vai durar por muitos e muitos anos só é você saber respeitar aquele espaço, que é o espaço do terreiro de cultura popular.

TRILHA 

JOSI MARINHO – Esse espaço que estamos agora foi criado para ser um ambiente da cultura de paz. É descontruir guerras e formar amizades…. A gente conversa aqui, mas aos fundos tem gente rindo, trocando experiências, se confraternizando. Salu pensou nisso, né? Mas ao mesmo tempo trouxe pautas importantes de políticas públicas.  

MANUELZINHO SALISTIANO – Tudo na vida é uma transformação, mas você não pode perder o objetivo. A Associação ela pode fazer até outras atividades, mas o principal aqui é manter a paz entre os maracatus. É fazer esses homens tá perto um do outro respeitando um ao outro. Você pode até falar de uma questão de um projeto partidário. Você pode falar de uma questão de um projeto de fomento a um edital, alguma coisa, mas isso pra gente não é tão importante como é você tá valorizando a paz dentro da cultura. É por isso que a gente cresceu. A gente já chegou a 120 CNPJ. Hoje a gente tem atividade 96 maracatus, devido o momento que a gente passou da nossa cultura de seis anos atrás. Nesses últimos seis anos, a gente teve uma queda, mas quando o fomento começar a aparecer de novo tenha certeza que a gente vai voltar aos 120, CNPJs. Então, o papel da associação é paz, é unir. Porque se você tá unido, você tá forte, você se empolga. A gente ter o cuidado com pessoas que não tem um compromisso de preservação da cultura popular e o compromisso é com um espetáculo, porque é mais fácil ganhar dinheiro. 

JOSI MARINHO – Fiquei curiosa… São encontros mensais, certo?  O que é debatido aqui?

MANUELZINHO SALISTIANO – a pauta sempre focada no assunto do momento e sempre trazendo informação. Então a pauta é essa. As informação: o que aconteceu durante o mês? O que é que a gente fez? Quais foram as reuniões que a gente participou lá fora? Trazer as informações. 

TRILHA 

JOSI MARINHO – Claro que a gente não vai deixar passar a oportunidade de falar mais sobre o Mestre Salustiano. Manuelzinho é o filho mais velho dele… Um dos herdeiros desse legado. Conta pra gente como Mestre Salu se constituiu no cenário cultural da zona da mata. Afinal o maracatu rural e a cultura popular são o que são graças ao Mestre Salu. 

MANUELZINHO SALISTIANO  –  então, Salustiano foi aquele camarada sonhador. Ele era um cortador de cana e quando completa 18 anos ele diz: “Vou para Recife ser artista”. Pega uma carona em um trem e vai parar em Recife e fica em Olinda. Dali ele começa a trazer os folguedos que ele tinha no dia a dia na Mata Norte, do cavalo marinho, da Ciranda, do Maracatu, do coco, do Caboclinho e ele vai criando isso. Deixa de ser Mané Salú, para se tornar Mestre Salustiano. 

JOSI MARINHO – E de onde veio a ideia de Salu ser rabequeiro, e envolver com o maracatu, com a ciranda…. 

MANUELZINHO SALISTIANO – culpado disso é meu avô. O meu avô ele adolescente, aprendeu a tocar rabeca para tocar nos Cavalos Marinho. Era um apaixonado por Cavalo Marinho. É João Salustiano, era um Rabequeiro. Não é porque era meu avô, mas era um rabequeiro de primeira linha, dentro do Cavalo Marinho. Daí meu avô leva Salustiano, ainda criança, para todos os terreiros daqui da Mata Norte que meu avô frequentava. Meu pai vai olhando aprendendo a ser um bom folgazão e vai se apaixonando pela Rebeca. Meu pai começa a brincar também outros folguedos, que é o Caboclinho, que era muito forte aqui na Mata Norte, e o Maracatu de Baque Solto. Daí ele quando chega no Recife desenvolve a ser aquele mestre.

JOSI MARINHO – E a família toda começou a ser incluída nesse universo cultural. eu imagino que bastava começar a andar que Mestre Salu já estimulava vocês…

MANUELZINHO SALISTIANO – é uma coisa engraçada. Pai sempre estimulou que cada um aprendesse uma coisa. Um é artesão, carnavalesco, faz as fantasias, bordado. Outro aprendeu a fazer instrumento. Outro aprendeu a tocar, outra aprendeu a cantar, para que na hora da festa cada um seja importante naquilo que ele sabe dominar.  Quando tá todo mundo junto, a festa tá completa. 

JOSI MARINHO – Manuelzinho nossa conversa tá muito boa,  mas segura um pouco aí,  tem muita coisa que a gente ainda quer saber…  Essa conversa continua….  Mas eu não pude deixar de notar que vem chegando uma figura ilustre e a gente precisa conversar com ela. 

MARACATU – “Meu nome é Josefa Maria Usulina da Conceição, apelido Maracatu. Ninguém me conhece pelo nome não. Quantos anos? Mais de 100… ” RISOS

JOSI MARINHO – (AR DE RISO) Essa é maracatu. Apesar da brincadeira, ela tem 84 anos e faz parte da diretoria do maracatu Cambinda Estrela, em Aliança. É uma figura. 

CRIS XAVIER– Josefa Maria Usulina da Conceição, conhecida como Maracatu, é uma mulher negra, espontânea, e de presença forte. Cabelos bem curtos e com um chapéu bem tradicional. Ela fala gesticulando. É daquelas pessoas que não seguem roteiro e sempre está com um sorriso no rosto. 

JOSI MARINHO – A conversa com maracatu foi mediada pelo coordenador geral do nosso podcast,  o jornalista e documentarista, Salatiel Cícero. Ele quem vai conversar com a nossa convidada… Chega pra cá Salatiel. 

ENTREVISTA COM MARACATU…

(S= SALATÍEL  M= MARACATU) 

S: Vem pra cá, vem pra cá, tá muito longe. 

M: Não, aqui mesmo para eu não ficar nervosa. 

S: Tá nervosa não, tá bem demais. A senhora tem 84 anos?

M: É! Tomei conta desse Cambinda Estrela meu filho tinha cinco anos. Meu filho morreu com 37. O Cambinda Estrela não tinha nem documento. Eu tenho tudo para mostrar para vocês, quando começou. Não tinha nem um estandarte, nada, tinha nada. 

S: Me conte uma história: porque a senhora é chamada de Maracatu? 

M: Não sei não. Colocaram. 

S: Não sabe não? E Por que essa paixão tão forte pelo Maracatu?

M: Só deixo quando Deus me levar. 

S: Começou quando?

M: quando meu menino tinha cinco anos e ele morreu com 37.

S: Aqui pra mim: Como a senhora se sente enquanto mulher no meio desses homens todos? Tem muito preconceito? Homem é homem e mulher é mulher? 

M: Nada, tudo aqui me respeita. Tem gente que se puder me coloca nos braços. 

S: Como é para senhora fazer parte da diretoria, com pouco conhecimento, do ler e escrever, mas tá lá responsável?

M: Eu só sei que eu bebo. Eu bebo café na Xícara. 

S: E como resolve os papéis do povo todinho?

M: É que Jesus dá entendimento. Eu sou uma velha.

S: Nova desse jeito?

M: Sou velha, mas o pessoal que tem junto de mim, eu não dou um pedaço meu a ele. 

JOSI MARINHO – Salatiel deixa eu interromper um pouquinho… É que eu queria saber qual a importância de uma associação como esta para ela?. 

ENTREVISTA COM MARACATU

M: Eu faço roupa. Eu faço gola. Tudo quem resolve sou eu. Tudo. 

S: A senhora brinca também?

M: Brinco também!

S: Brinca de quê?

M: Com a neguinha. 

S: Com a dama do passo? Então a senhora é a mulher mais forte da brincadeira lá?

M: Eu que faço tudo. Quando eu não posso coloco uma menina, porque não pode ser qualquer um. Aí coloco uma menina. 

S: Me conte uma coisa, qual o seu maior sonho de fazer parte de uma brincadeira como essa? 

M: Aumentar ela para ser mais bonita do que tá. Quero que fique mais bonita e Jesus vai fazer. Sofri, mas eu venci. Obrigada Deus! Eu vi a hora perder a vida. Eu fiquei passando fome, pagando tudo na vida. Eu não ia dizer, mas num é pra dizer? 

S: A senhora é uma mulher de fibra, forte! Vai viver mais 100 anos. 

M: Deus me livre! 

JOSI MARINHO – (AR DE RISO) Que entrevista gostosa de ouvir…a gente deseja mais sucesso e saúde a maracatu. 

TRILHA

JOSI MARINHO – Aproveitando esse momento de bate-papo nos corredores da associação… Eu percebo que se aproxima ali o papa do maracatu… E ele já chega cantando viu… 

MESTRE JOÃO PAULO – Para mim é felicidade, cada qual é meu irmão. Para mim é felicidade cada qual é um irmão. Hoje aqui para mim é festa na sede da associação…

JOSI MARINHO – Gente, esse é o mestre João Paulo, ele é conhecido como papa do maracatu… E no dia dessa gravação era o aniversário dele de 73 anos… (risos) ele deixou a festa em casa para participar da reunião na Associação dos Maracatus de Baque Solto de Pernambuco… Reunião primeiro e festa depois. 

CRIS XAVIER– Mestre João Paulo é um homem negro, de 73 anos. Tem um sorriso tímido e marcas de expressões pelo rosto. Ele é mestre do Maracatu Leão Misterioso de Nazaré da Mata. O apelido ‘papa do maracatu’ vem por causa da sua importância e representatividade na cultura popular.  Inclusive esse nome foi inspirado no papa João Paulo Segundo, que comandou a Igreja Católica Apostólica Romana de 1920 a 2005… Ou seja… Longos 80 anos. 

JOSI MARINHO – Mestre é inegável que essa reunião é muito importante para o senhor… É seu aniversário e o senhor tá comemorando aqui. 

MESTRE JOÃO PAULO – Pra mim tá bom demais. Tô com os amigos, já recebi muito abraço na casa da gente. A gente está se unindo na casa da gente. 

JOSI MARINHO – Qual a importância dessa associação para o senhor? 

MESTRE JOÃO PAULO – É importante para o Maracatu da gente, Cultura, né? E é aqui onde nascem as coisas, o futuro do Maracatu. Antes na associação a gente não tinha quase esperança de nada e agora estamos vendo a esperança renascer para os maracatuzeiros. Então, para mim é importante estar aqui hoje, reunir os amigos. De 30 em 30 dias a gente está aqui. E hoje principalmente, estou completando ano hoje, deixei até a festa para rever os amigos. Daqui a pouco vou para casa para tomar uma com os amigos também. 

JOSI MARINHO – Há quanto tempo o senhor é sócio da associação? 

MESTRE JOÃO PAULO – eu sou um fundador dessa sede, antes de ela ser a sede aqui, eu já estava. Já fui diretor da associação com Dona Leda Alves, com Bodeiro, com esse pessoal, Bio Hemenergildo. Muitos já se foram né? Eu tô vivo ainda contando essa história ainda. Manuel do Boi também fez parte aqui. Agora só que depois fez a sede eu fiquei somente como sócio mesmo. 

JOSI MARINHO – E quais as boas lembranças que o senhor guarda daqui? 

MESTRE JOÃO PAULO – Lembrança e saudade dos amigos que se foram…Manuel do Boi, Manuel Salú que foi o autor disso aqui. Ninguém pode falar da associação e esquecer Manuel Salustiano, que foi quem começou isso aqui tudinho foi ele. A gente deve tudo a Manuel Salú. 

JOSI MARINHO – Esse espaço tem muito disso né? … Amizade, encontro, celebração. (ar de riso) me diga uma coisa… O que é que vocês tanto conversam aqui? Me fale dos bastidores…. 

MESTRE JOÃO PAULO – Sem ser reunião é fofoca mesmo. Fofoca da cana que a gente toma, da cachaça que a gente toma … Do que um mestre falou do outro… mas tudo num bom sentido. Todos somos amigos. A gente conversa assim é brincadeira, mas tudo são amigos aqui. 

JOSI MARINHO – (AR DE RISO) O senhor chegou aqui cantando… E pra encerrar deixa eu pedir mais um verso… Olha o desafio heim… Tem como fazer um verso sobre os 34 anos da associação e os 73 anos do senhor? 

MESTRE JOÃO PAULO – “34 anos de idade ela está fazendo agora. 34 anos de idade ela está fazendo agora. E eu faço 73 nós juntos hoje comemora…” 

JOSI MARINHO – Show de bola, mandou bem demais… 

TRILHA 

JOSI MARINHO – E agora a gente volta a conversar com Manuelzinho Salustiano. Manuelzinho, a gente tinha que conversar com Dona Maracatu e com mestre João Paulo, o papa do maracatu. São dois personagens importantes que merecem o respeito de todos que admiram a cultura popular. E eu sei que vocês têm muito disso… De valorizar os mais velhos… Por exemplo, assim que chegamos aqui na sede nos deparamos com algumas fotos de personalidades penduradas nas paredes… Pessoas como os ex-governadores de Pernambuco Miguel Arraes e Eduardo Campos… Que contribuições essas pessoas deram para o maracatu de baque solto? 

MANUELZINHO SALUSTIANO – … aqui só entra imagem de quem morreu. E quem morreu e fez pela cultura não pode ser esquecido aqui dentro nunca. Hoje eu sinto falta de uma foto de Ariano Suassuna, que era o Secretário de Cultura da época. Então, Doutor Arraes foi quem primeiro acreditou nesse terreiro. Ele como o deputado federal fez uma Emenda e a gente fez o terreiro. Ele depois como Governador, Ariano Suassuna era o Secretário de Cultura, aí Salú levou a ideia de se construir a sede dos maracatus, para a gente não se encontrar de baixo das Árvores como a gente se encontrava, quando não tinha uma escola, quando não tem um espaço para fazer. Então Doutor Arraes foi importante nesse sentido. Eduardo Campos, quando o secretário da Fazenda, foi quem primeiro acreditou no encontro Estadual pelo governo, como governo. Tiveram outras pessoas importantes como Zeca, que era prefeito de Itaquitinga acreditou; Elane que era prefeito de aliança, acreditou; e Doutor Cláudio Viana, que era prefeito de Aliança foi que cedeu esse terreno. Então são figuras que se você não tá vendo a foto dele, foi porque não mandaram, a gente já tentou. Então aqui na nossa parede quem contribuiu com a cultura popular do Maracatu de baque solto tem que ter uma foto para as pessoas não esquecerem a nossa história. 

JOSI MARINHO – Imagino que outras pessoas ou artistas também estão representados. 

MANUELZINHO SALUSTIANO – tem aí Bio Herminegídio, que foi vereador e dono de Maracatu em Nazaré da Mata. A gente tem Luiz Bordeiro, fundador daqui da associação, e tem outros que tem, que agora eu esqueço que é muita gente… mas tá aqui, tá ali presente e quem não está presente na história do baque solto, é porque a família ou alguém que está próximo não conseguiu trazer.  Eu sempre falo, eu sinto muita falta de dois personagens: Cláudio Viana, que foi prefeito de Aliança, e Ariano Suassuna, que era o secretário de cultura na época. 

TRILHA

JOSI MARINHO – Agora bateu uma curiosidade… Qualquer pessoa pode começar um grupo de maracatu? 

MANUELZINHO SALUSTIANO – qualquer pessoa pode criar, contanto que ele tenha respeito e aprenda como mais velho do Maracatu. Agora se ele achar que o Maracatu é espetáculo o Maracatu dele pode até sair porque ele tem dinheiro, mas depois acaba. Mas se ele aprender o que é respeito dentro de Maracatu de baque solto e ele tentar escutar os mais velhos… com certeza ele vai conseguir fazer sucesso com o brinquedo dele. 

JOSI MARINHO – A gente fala de uma tradição que por muito tempo veio do patriarcado… De um tempo machista…. Como a associação lida com as diferenças e com a participação da mulher?  

MANUELZINHO SALUSTIANO –  Rapaz isso pra gente tem uma coisa natural. A gente não leva essa discussão para dentro da sala, mas essa discussão tá dentro da sala todo o tempo, toda hora. Eu eu digo uma coisa a você, eu me lembro de escutar ‘mulher veneno’ e eu não entendia o que é ‘mulher era veneno’. Mulher é um veneno quando a gente não respeita. Mas mulher é importante! E a trajetória da mulher dentro do Maracatu de Baque Solto. Foi uma mulher que deu a ideia a um homem de botar mulher dentro do Maracatu, que foi João Lianda, que era João Leandro, conhecido por João Lianda, de Itaquitinga, que tinha um bloco das flores, que a mulher dele e os Caboclos acompanhavam. A mulher dele dá ideia dele fazer um Maracatu e é quando a mulher entra pela primeira vez em Maracatu em 1962. A primeira mulher que eu conheci dona de um Maracatu foi Dona Netinha do Cruzeiro do Forte. Mas hoje eu tenho mais de 20% de mulheres donas de Maracatu. Então mulher ela tem seu papel importante. Mulher foi quem trouxe a beleza e a paz dentro do Maracatu. Porque quando a mulher entrou no Maracatu a turma parou mais de brigar um com outro, porque tinha mulher ali. E a outra parte é que ela é criativa, mulher é inteligente então ela traz a beleza.

Então a mulher tem uma importância muito grande. Agora para quem não conhece de perto, pra quem não procura escutar os mais velhos, aí cria polêmica. Mas Maracatu de Baque Solto é o espaço mais democrático que existe de cultura popular. Sabe por quê? Porque a gente não faz discussão de LGBT, de mulher, de negro e aqui dentro a gente tem tudo isso, sem precisar discutir. É só você acolher. E se tem um segmento de cultura popular que acolhe se chama Maracatu de Baque Solto. Eu não vi ninguém dizer que o Maracatu de Baque Solto excluiu um gay, Maracatu excluiu uma trans, maracatu excluiu uma mulher… Não tem isso cara. Não tem isso!

TRILHA

JOSI MARINHO – Em 2014 o maracatu de baque solto recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil… Um importante reconhecimento do Iphan – o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Claro que isso foi fruto de muito trabalho, fruto de sacrifícios de mestres. 

MANUELZINHO SALUSTIANO – Isso é uma ortoga que é bom, porque incentiva, mas eu quero ver mais. Eu quero que o Maracatu de Baque Solta aconteça uma forma que gente aprenda mais com nossos Mestres velhos. Porque se esses Mestres vão embora, vão embora nossos livros. Então eu não quero só a outorga. Eu quero mais, eu quero mais incentivo. Eu quero ver meus velhos poder repassar para nós, e que nós possamos repassar para os jovens. É assim! Tá faltando isso.  Então a outorga de ser patrimônio imaterial é muito bom, mas eu quero mais. 

JOSI MARINHO – Mais uma vez a gente se refere aos mais velhos… Por isso, a importância daquela homenagem no início do episódio. E por falar em memórias, não tem como esquecer da pandemia da Covid-19. Vocês perderam muitos mestres? 

MANUELZINHO SALUSTIANO – perdemos e é por isso que hoje a gente luta para ter esse espaço para os mestres, para os mestres mais velhos. Porque a gente perdeu na pandemia, mas a gente continua perdendo. Quantos mestres ficam tristes porque não tem um incentivo para brincar no terreiro? Por que eu tenho que levar o mestre pro festival e eu não posso pagar para ele brincar no terreiro dele?  Então tá na hora da gente pensar nisso, incentivar os terreiros porque esses Mestres estão indo embora. A gente tá perdendo os mestres e não é só a pandemia não, perdemos mais na pandemia, mas continuamos, a gente tá perdendo ainda. Ou a gente pensa em incentivar esses Mestres mais velhos ou nós vamos perder a nossa essência, nós vamos perder  o nosso terreiro, a nossa cultura popular. 

JOSI MARINHO – E como você vê as políticas públicas de educação relacionadas a cultura popular e o maracatu?

MANUELZINHO SALUSTIANO  – ainda tá muito a desejar. Mas eu sinto uma boa vontade. Eu sinto um movimento querendo aparecer. Eu espero que esse movimento ele melhore, mas ainda falta muito. E aí eu volto para pandemia, lembrar que a gente saiu de uma pandemia. Tem que lembrar disso! E aí a gente tá numa retomada. Eu espero que essa retomada aprenda a separar o que é um festival e o que é um terreiro. Do jeito que o dinheiro vai para o Festival, o dinheiro tem que vir para o terreiro. Que é pra gente manter viva a nossa história. Porque uma cidade, um estado, um país que não valoriza a sua cultura, é um país, é um lugar sem história. Então o que tá faltando é isso. Eu sinto uma vontade de voltar, mas aí não aconteceu nada. 

JOSI MARINHO – É isso … Temos que valorizar nossa cultura. Aqui na associação, além das reuniões mensais, vocês realizam um encontro estadual, certo? 

MANUELZINHO SALUSTIANO – é uma confraternização o encontro estadual e que aqui se você vir numa Kombi, ou vir com cinco ônibus, todos são iguais. Ninguém recebe mais do que ninguém. É o único evento que Associação faz. O restante são coisas que a gente tá ali participando, que tá dentro do dia a dia da cultura. Mas o evento da Associação é o encontro Estadual, que é feito uma vez por ano, no domingo segunda e terça de carnaval e acabou. Desde quando Associação foi fundada com dinheiro ou sem dinheiro, nunca deixou de acontecer. O que parou foi a pandemia, mas nunca deixou de acontecer. Já teve um ano que a gente fez a pão e água, mas fez. Eram um saco de pão e um botijão de água, mas nunca deixou de acontecer. O que parou a gente só foi a pandemia. 

JOSI MARINHO – Você como uma pessoa com tanto conhecimento, que tem uma família com um legado incrível dentro do cenário cultural… O que você ainda sonha e espera para cultura popular..? 

MANUELZINHO SALUSTIANO – reconhecimento de quem não é maracatuzeiro. Porque maracatuzeiro a gente conhece as particularidades. Agora tem pessoas de fora que só olham quando você tá na mídia e não prestam atenção no trabalho que é feito aqui.  Isso aqui não é a toa que uma vez por mês a gente consegue reunir mais de 80% dos grupos e tem mês que a gente chega a 100%. Você quando fala ‘eu tenho hoje aqui 70, 80 sócios’; eu tô falando de 80 grupos de cultura popular, que o menor tem 50 a 60 pessoas e o maior tem quase 200 pessoas. A gente tá representando aqui 15 mil pessoas que dançam Maracatu. Não tô falando de motorista, não tô falando de diretor, eu não tô falando de cozinheira que tá envolvida dentro do baque solto. Eu tô falando de 15 mil folgazões. E poucas pessoas sabem disso. Poucas pessoas se aproximam da gente porque quer que a gente se transforme aqui em uma empresa de produções de evento. Isso aqui não vai ser não. A gente tem que fazer essa base que a gente tá fazendo aqui . É conversar, é informando. Tem gente que fica com raiva ‘não porque a associação não faz um projeto?’ Não! Esse não é o papel da associação. A gente, Associação, é um espaço de escuta e que a gente sabe escutar. A gente não só escuta na reunião. Na reunião a gente leva o que a gente escutou o mês todo. Então é isso.

JOSI MARINHO – Manuelzinho … Esse clima aqui tá ótimo, a nossa conversa foi encantadora… Só temos o que te agradecer por abrir as portas da Associação dos Maracatus de Baque Solto de Pernambuco para tanta gente conhecer aqui no Podcast Nossa História, Nossa Memória… Esse é nosso objetivo… Manter esse legado vivo. 

MANUELZINHO SALUSTIANO – ‘Vamos respeitar os mestres de pertencimento. Vamos escutar nossos Mestres mais velho’. Porque se esses homens forem embora, a gente vai perder a essência do Baque solto. E quando eu falo homens, eu também quero consertar e dizer ‘as mestras’. A gente tem muitas mulheres que sabem muito sobre Baque Solto. E as mulheres elas têm um papel importante dentro da cultura do Baque Solto. As mulheres têm que ser também escutadas. E dizer, se tem um espaço democrático da cultura popular é o Maracatu de baque solto, que tem negros, que tem branco, que tem homens, que tem mulheres, e que tem lgbtqia+. Desculpe, se eu não soube me expressar direito, mas dizer que todos são bem-vindos e tá aí o exemplo no carnaval. Presta atenção na beleza desse povo. Nós durante o ano somos invisíveis, mas no Carnaval nós somos estrelas, que bate palma, todo mundo tira foto. Vamos começar a observar a gente durante o ano, bater uma foto com a gente sem estar fantasiado. 

ENCERRAMENTO

JOSI MARINHO – E a gente também agradece a você que chegou até aqui com a gente.  É assim que termina o quinto episódio da Temporada Especial do Podcast Nossa História, Nossa Memória sobre os patrimônios materiais e imateriais da zona da mata  

Nesta temporada, o projeto conta com apoio da Universidade de Pernambuco, Campus Mata Norte; do Ponto de Cultura Poço Comprido; Patrimônio Vivo e Ponto de Cultura Banda Curica; Patrimônio Vivo e Ponto de Cultura Banda Revoltosa; da Associação dos Maracatus de Baque Solto de Pernambuco, que é patrimônio vivo e ponto de cultura. São parceiros, ainda, o Ponto de Cultura Bloco Rural Caravana Andaluza; Associação dos Mamulengueiros e Artesãos de Glória do Goitá; o Museu do Mamulengo de Glória do Goitá; Banda Musical Euterpina de Timbaúba, patrimônio vivo de Pernambuco.

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– Todo nosso material se encontra no site nossahistorianossamemoria.blog.br 

– Na equipe deste podcast João Paulo Rosa com a trilha sonora. 

– O jornalista Gedson Pontes com roteiro e montagem.

– A produtora cultural Crislaine Xavier com a audiodescrição.

– Alisson Santos com a gravação. 

– Videomaker: Julio Melo. 

– Designer: Murilo Silva.

– Web designer: Saulo Ferreira   

– Apresentação e produção da jornalista Josi Marinho. 

– No nosso canal do Youtube, nossos episódios estão traduzidos em Libras – Língua Brasileira de Sinais pela tradutora Ewelyn Xavier  

– Coordenação geral e reportagem do jornalista, documentarista e produtor cultural, Salatiel Cícero.  

A gente te espera no próximo episódio !!!! Até lá!!!