PRETINHAS DO CONGO

Celebre o legado das Pretinhas do Congo, um grupo de Goiana que incorpora o espírito de liberdade e resistência através de suas danças e canções. Descubra como eles honram a memória de seus antepassados e continuam a lutar pela preservação cultural.

ROTEIRO – 14 – PRETINHAS DO CONGO

JOSI MARINHO  – LOCUTORA JOSI MARINHO

DESC – DESCRIÇÃO CRIS XAVIER

TEC – TÉCNICA

Meu nome é Rosa Maria dos Santos. Tenho 62 anos. Filha natural de Goiana. O nome do meu pai é Edvaldo, mas é conhecido por mestre Val. É um dos herdeiros das Pretinhas do Congo, que foi de Heleno, que era o irmão dele, passou para ele, e agora estou tomando conta junto com ele e a minha cunhada que se chama Rosineide, mais conhecida por Neide. 

TRILHA

JOSI MARINHO  – (narrar com voz forte, com garra) Hoje a gente mergulha na história e na memória do povo escravizado. Povo que foi proibido de dançar, de cantar, de adorar e de viver. Antepassados … Negros escravizados do passado que hoje são representados por pessoas livres que gritam, dançam, cantam, adoram e vivem. Você vai amar conhecer a Nação Africana Pretinhas do Congo, de Goiana, Pernambuco. 

TRILHA

JOSI MARINHO  – Este é o Podcast Nossa História, Nossa Memória, realizado com o incentivo do Funcultura,  Fundarpe, Secretaria de Cultura e Governo do Estado de Pernambuco.

Eu sou a jornalista Josi Marinho. Mulher negra, produtora cultural e realizadora desse projeto. 

DESC – E eu sou Cris Xavier, mulher negra e produtora cultural. Este podcast conta com recursos de audiodescrição. Importante para contar histórias para pessoas com deficiência. Esse som … (pausa) … Indica que você vai ouvir minha voz descrevendo algo importante do nosso episódio. 

TRILHA

JOSI MARINHO  – Esse é mais um registro da oralidade… Aquela história que pouco foi registrada. A história contada assim … No pé do ouvido, e que foi passando de um para o outro e vencendo o tempo. Para entender o que é a manifestação cultural “Pretinhas do Congo”, é preciso voltar no tempo.

EFEITO SONORO TEMPO  CORTE DE CANA

JOSI MARINHO  – Nós estamos em Goiana,  cidade da zona da mata norte de Pernambuco. É século 19. Goiana é palco de fatos históricos. Você sabia que ela foi uma das primeiras cidades a conceder liberdade ao povo escravizado? Isso mesmo, aquele mesmo povo que foi trazido pra cá para trabalhar nos engenhos, no corte da cana. Antes mesmo da lei áurea, em 1888,  Goiana já decretava a liberdade de alguns escravizados. Esse episódio nunca foi esquecido pelo povo, que passou a comemorar. Anos se passaram e a comemoração de liberdade continuou. No século 20 um grupo de ex-escravizados e descendentes de escravizados criou uma associação,  danças, e práticas culturais.  Eles costumavam sair pelas ruas da periferia comemorando a liberdade e se vestindo como seus antepassados. Era um ato de resistência. Passaram a ser chamados de Pretinhas. Essa tradição sobrevive até hoje. 

TRILHA

JOSI MARINHO  – Vamos conhecer um grupo que resiste há 88 anos. Pretinhas do Congo de Goiana, em Pernambuco. Para isso, viemos até uma comunidade de pescadores chamada Baldo do Rio, em Goiana. É uma comunidade ribeirinha. Aqui fica a sede das Pretinhas.

DESC – Estamos num lugar de pessoas humildes. Muitas vivem em situação de pobreza. A comunidade nasceu no entorno do rio goiana e já sofreu muito com cheias. nossa conversa acontece na sede das Pretinhas do Congo. Quem nos recebe é a presidente do grupo,  dona Rosa Maria dos Santos. Uma mulher de 62 anos. Você ouviu a voz dela na abertura do episódio. Ela mesma vai se descrever. 

00’40’’ – Sou negra, tenho 1,65 de altura, cabelo africano, porque sou negra mesmo original, como se diz e tenho dificuldade para certas palavras, comunicação, porque eu sou só Alfabetizada. 

JOSI MARINHO  – Dona Rosa, seja muito bem-vinda. Tivemos uma explicação inicial sobre o que é essa manifestação cultural. Mas a gente queria ouvir da senhora… As Pretinhas do Congo vieram de onde?. 

01:10 – Olha, essas Pretinha de Congo, antigamente o povo dizia que era um brinquedo. Existia paras bandas de João Pessoa, um grupo de amigos conversando, formaram, e depois se separaram. Um desses amigos veio para Goiânia, aqui no Baldo do Rio. Ele perguntou a meu tio, a meu pai, a Dona Conceição e a dona Jovelina, se queriam botar um brinquedo na rua. Meu tio, que era pai de santo, que hoje em dia é babalorixá como o povo chama, fez assim: “- que brinquedo é esse? A gente bota.” O nome dele era Elenildo, mas conhecido por Heleno. Aí ele fez assim, a gente bota. Aí começaram a reunião. Eu sei que no meio de Janeiro no dia 15 de Janeiro fundaram as Pretinhas de Congo.

JOSI MARINHO  – O grupo foi fundado em 1936. Na melhor fase teve mais de 100 integrantes. Hoje conta com 67 pessoas. Elas têm o papel histórico e cultural de relembrar o sofrimento dos antepassados e a dívida eterna que a sociedade tem com os escravizados. Elas relembram isso se vestindo como eles e festejando, como eles não podiam fazer.

02:32 – A gente tem um tronco, que agora tá faltando, porque vou botar novamente. Tem um tronco, tem os escravos, tem rei, tem rainha, tem senhor de engenho, senhora de engenho, e tem os instrumentos como vocês estão vendo aqui, que são dos escravos. O limpador de mato, cortador de cana. Tudo que tinha na época da escravidão tem. Tem o feitor e tem o Capitão do Mato.

22:15 – Que era quando o senhor de engenho estava dando festa na Casa Grande. Os escravos estavam no meio do terreiro, como era chamado antigamente, de frente a Senzala brincando.

JOSI MARINHO  – Também é uma brincadeira cheia de espiritualidade. É que até isso foi retirado dos escravizados. 

03:18 –  Porque os escravos antigamente adoravam os santos do branco. Que é como você tá vendo aí. Do Candomblé mesmo eu só tenho o caboclo, e o preto velho. Mas o resto é tudo santos naturais da igreja católica. Porque os negros quando eram escravos, eles não podiam gritar pelos santos dele, pelos nossos deuses. Então ele gritava pelos Brancos. Porque se o senhor visse, eles iam para o chicote. Então eles adoravam os santos do branco, escondiam os deles. Como se fossem deles. É por isso que… pronto, se eu sou João Batista é Xangô. Nossa Senhora Aparecida é Oxum, que muitos por aí não tem. Muitos candomblés aí, Nossa Senhora Aparecida ela não é oxum; quem é oxum é Nossa Senhora do Carmo. Que é de nação para nação, que mudam os nomes dos santos.

JOSI MARINHO  –  Essa brincadeira popular é cheia de musicalidade e teatralidade. A ideia, como vocês notaram, é representar a vida cotidiana dos negros escravizados,  trabalhadores rurais dos engenhos da zona da mata norte de Pernambuco. Os brincantes usam trajes,  fantasias, indumentárias e desfilam pelas ruas. Eles comemoram a liberdade com instrumentos musicais, cantigas,  toadas e loas, que são letras cantadas. Dona Rosa, quando a senhora começou a participar das Pretinhas do Congo e qual era seu papel? 

04:31 –  Eu desde criança. Já comecei a sair como escrava, depois saí como bandeirista e agora estou como presidente. 

JOSI MARINHO  – Como é representar esse papel tão importante para história brasileira? 

04:57 –  Olha, eu tenho um prazer de fazer, representar esse papel, pelo seguinte: é um grito de liberdade. A gente agora tem força para gritar sem medo dos preconceitos, sem nada. Antigamente a gente não podia. Então o que eu faço, eu tô homenageando aqueles que já se foram, que não podiam gritar. É tão provável que a minha agremiação é branco e negro também.

JOSI MARINHO  – O que dona Rosa acabou de nos dizer é que nessa brincadeira participam pessoas negras e também brancas. Homens, mulheres e crianças. 

05:33 –  É importante que é para ver que todos nós… que o sangue que corre na veia da gente é uma cor só, é vermelho. Tanto do branco, como do negro, como do escravo, como dos índios. É um sangue só. É uma cor só. Não existe pessoa melhor do que outra. Enquanto eles não botarem na cabeça deles, no juízo deles, que todos nós somos irmãos, nunca vai acabar. Sempre tem por de baixo dos panos, quando você passa assim, aquela carinha feia, aquele desprezo. Se você não lutar para isso, você nunca vai conseguir.

06:15 –  Me lembro. Lá em Condado, a gente foi fazer uma apresentação, que nessa época as Pretinhas de Congo usavam o rosto todo pintado de preto. A gente era toda pintada de preto, que meu tio que pintava, que era o dono. Pintava a gente toda de preto. Quando a gente chegou em Condado, bateram as portas, disseram, fecha as portas que lá vem o Satanás. Olha, foi doloroso, mas a gente entende que nem todas as cabeças são iguais. Os pensamentos mudam. A gente passou de boa. Fizemos de conta que não era com a gente. Fomos fazer o nosso desfile normal, chateadas, mas normal.

TRILHA

JOSI MARINHO  – Como é manter tudo isso? Um grupo histórico, mais de 60 integrantes… Viagens… Apresentações? Qual o desafio de manter essa tradição viva no interior de Pernambuco,  lugar, querendo ou não, de tantas desigualdades… 

07:18 –  Olha, a vontade mesmo… força de vontade. Agora que tá saindo um apoio, mas a gente não tinha apoio. A gente saia de porta em porta pedindo. Uns davam, outros não davam.  A gente passava com a agremiação dançando, eles mandavam a gente parar, um dava um real, outro dava 50 e assim ia.

JOSI MARINHO  – A senhora já pensou em desistir? 

07:48 – Várias vezes.

JOSI MARINHO  – O que lhe faz querer continuar? 

07:53 –  Porque quando tá chegando uma época assim, carnaval, acende aquela força dentro de mim… “continua não desiste não.”

TRILHA

JOSI MARINHO  – Mesmo com muitas dificuldades, em 2020 o grupo as Pretinhas do Congo de Goiana foi eleito patrimônio vivo de Pernambuco. 

07:51 –  Foi, melhorou em tudo.

09:02 – Olha, antes existia mais dificuldade, porque o povo só dança por dinheiro. Foi dança, você sabe que tem que ter dinheiro. Então, tinha dificuldade. Quando a gente chegava na casa da mãe de uma criança, para pedir, ela perguntava: “ela vai ganhar quanto?” Eu dizia que se a gente dançar bem, e sair, e sobrar algum trocado, a gente dava a ela. Porque pagava transporte, alimentação e tudo. Muitas delas deixavam, mas aquilo me doía, porque tem muitas crianças que mesmo na época de hoje, com bolsa família e tudo, ainda vive na situação precária. Muitos pais são pescadores, são caranguejeiros e esses alimentos são pela maré. Tem maré que você pega bem, tem outras que não.  Então, a dificuldade é essa. Daqui eu tenho poucos componentes, meus componentes são mais de Tejucupapo, distrito.

JOSI MARINHO  – Como a senhora analisa essa ausência de componentes?  

10:11 –  Está assim, pelo seguinte: as crianças hoje da rua, ela querem ser mais libertas. Elas não querem ter obrigação. Para brincar nas Pretinhas, vamos supor, tem apresentação hoje de tarde, ela estuda pela manhã, então pela tarde ela vai comigo. Se for de manhã, aquele grupo que estuda pela manhã já não vai. Tem que estar bem no colégio para poder ir. Eu não tiro nenhum da sala de aula para ir brincar. Aí tem muitos que querem ficar soltas e comigo não dá. O estudo da gente hoje em dia é importante, é a riqueza que a gente tem. Apesar que eu não sei ler, nem me expressar bem, mas não foi falta que minha mãe botou não. Porque minha cabeça… sou burrinha mesmo, como eu mesma digo, minha cabeça é meio dura para aprender as coisas.

JOSI MARINHO  – A senhora é ins-pi-ra-ção! O seu talento salta aos olhos. Presidir um grupo tão importante como esse não é pra qualquer um. 

11:23 –  É porque cada pessoa tem o seu dom. Acho que o meu é esse. Tenho mais facilidade pra lidar com a cultura do que com a leitura.

JOSI MARINHO  – E nem sempre quem lida bem com a leitura, sabe lidar com a cultura. 

TRILHA

JOSI MARINHO  – Seu pai, o Mestre Val, conduz a musicalidade. Além dele, quem mais da sua família participa? 

12:09 –  Meu irmão é batedor, meu filho, minha cunhada e meu outro irmão, que é o senhor de Engenho. 

JOSI MARINHO  – Vamos entender na prática como é essa brincadeira? 

DESC – A manifestação cultural Pretinhas do Congo funciona assim: homens e mulheres de todas as idades representam escravizados da lavoura. Eles portam enxadas e ferramentas de trabalho. Também têm as Pretinhas, os feitores e os senhores de engenho. Esses personagens, que no passado eram cruéis e impiedosos, hoje, durante a brincadeira ,  são satirizados, enquanto os negros comemoram a liberdade. Os personagens formam dois cordões, que são filas. Eles são animados pela música que não para de tocar. 

12:27 –  A gente ensaia. Aqueles que dão melhor para brincar no cordão, a gente coloca no cordão.

12:34 – É uma fila. Elas todas com uma Maraca. As crianças com facão. Para fazer essa apresentação eles têm que ser bem ‘encapetado’, porque tem muitos que são mais ‘acanhados’. É fazer que tá cortando cana, é fazer que tá limpando mato, entendeu? A gente sai escolhendo.

JOSI MARINHO  – Qual o sentimento das pessoas durante essa brincadeira? 

13:16 –  Alegria. Elas dizem que tem alegria em fazer aquele papel dos antepassados delas. A maioria são negras, feito eu. Eles queriam fazer e não podiam. Tinham medo de ser chicoteados … e ela vão e gritam mesmo. Elas brincam mesmo para valer.

JOSI MARINHO  – E as músicas, o que elas representam? 

13’54’’ – olha, para mim representa quando os escravos estavam no tronco sendo chicoteados. O Feitor batendo neles e a turma da Senzala cantando por Deus e que era para os deuses proteger eles, para eles não sentirem tanta dor e aguentarem sem morrer. 

TRILHA

JOSI MARINHO  – A República do Congo é um país da africano que tornou-se base para tráfico de pessoas escravizadas. Vocês já foram atrás dessa história? Já desenvolveram algum projeto de intercâmbio para conhecer a história a arte de lá? 

14’34’’ – Não. Eu gostaria muito, mas até aqui não tenho como me comunicar com a turma de lá. Porque eu não sei. Não adianta dizer “eu vou” e não saber ir, ficar perdida. O único produtor que a gente teve com as Pretinhas foi Afonso Oliveira, mas também a gente só foi com ele até Petrolina. Depois acabou o projeto e pronto. 

JOSI MARINHO  – O estandarte de vocês possui cores que chamam atenção. 

DESC – As cores que predominam o estandarte são vermelho e branco. No meio deles a imagem de um casal de negros escravizados.

15’12’’ – Olha, representa é o Candomblé. Porque o dono dela era espiritual. Era preto com vermelho. Era Exu e Pomba Gira. Eram quem protegiam os escravos naquela época.

JOSI MARINHO  – A sede do grupo fica na Comunidade Baldo do Rio, em Goiana. A casa simples pertenceu ao tio de dona Rosa e já passou por revitalização. O local também chegou a ser destruído pelas cheias. Ele é cortado por uma maré. 

15’57’’ – Olha essa sede foi em 2009. A gente não tinha sede, ensaiava na minha casa. Depois que meu tio morreu, ficou para mim e meu pai. Mas a casa do meu pai era pequena, a gente ensaiava na minha casa. Ensaiava na frente de casa. Aí quando foi feito o projeto com Afonso foi uma restauração. A gente cumprou a sede, a casa, e eles restauraram. Mas teve a cheia de 2011 e levou a casa com tudo, com tudo que tava dentro. CD, fantasia… tudo que tinha, foi com tudo. A dela também em 2011 foi embora com tudo. A do meu pai que é o mestre Val, foi embora com tudo. Geladeira, com som, com tudo dele, foi. A gente já reconstruiu essa de novo. 

JOSI MARINHO  – Como foi ver as memórias sendo levadas pelas águas? 

17’00’’ – Triste, porque o CD ainda apareceu algum estudo sem tampa. Toca e falha, toca e falha. O livro ainda consegui com o Serginho da Burra, é o que tem uma burrinha cultural também. Ele tinha em casa e ele cedeu pra mim. Alguns livros eu ainda tenho. 

JOSI MARINHO  – Quem chega aqui se depara logo com um altar. o que isso representa? 

18’17’’ – A religiosidade. (…) É um encontro com Deus e com nossos antepassados.  Porque se a gente tá vivo hoje, é porque eles colocam gente em pé. Se a gente tá triste, a gente chega ali e pede proteção a ele, pede para tirar aquela mágoa que tá dentro do seu coração. Aquilo vai aliviando. Porque se a gente for conversar com um amigo, aí pode chegar para outro dizer assim: “-olha fulana tá passando por isso, por isso, por isso, por isso.” Já vai dizer a outra pessoa. Não fica consigo mesmo. Ali não, eles escutam, mas não falam. Só fazem aliviar aquela mágoa que a gente tem.

JOSI MARINHO  – Dona Rosa… O grupo tem 88 anos e a senhora 62. Quais seus sonhos para as Pretinhas do Congo? 

19’37’’ – meu maior desejo é viajar com ela para fora. Para mostrar nossa cultura. O povo lá fora pode ver no YouTube, mas não sabe o que é, não sabe o que que significa. É só presenciando, conhecendo bem, para saber o que significa. 

JOSI MARINHO  – Falta visibilidade? 

20’20’’ – É porque os políticos, vamos dizer assim, eles veem mais os grupos de fora. Não estou me referindo ao prefeito, porque esse prefeito foi o melhor que teve. Não tô me referindo o prefeito. Em geral, porque quando chega a época de política aqui, aparece vereador, deputado de tudo que é lugar. Promete o rio e o fundo. Diz que vai levar isso, aquilo outro. Mas não é” Ele só quer levar o voto da gente. Levou, acabou! Aquela promessa que ele fez, morreu. Se a gente tivesse o apoio de um desses que conhecesse, embora que ganhasse por fora da brincadeira, que ninguém vai se apresentar fora de Graça, era bom, mas não tem. Só faz promessa, depois da eleição, acabou. 

JOSI MARINHO  – Como foi a pandemia pra vocês?

23’37’’ – Foi triste. Apesar que a gente teve muito apoio da prefeitura. Teve uma ONG chamada Favela que veio e teve sorteio de objetos, de fogão, geladeira e teve muita gente que pegou e vendeu. A minha ainda está na minha casa.

JOSI MARINHO  – Deu pra perceber que seu sonho é levar essa cultura para o mundo. 

22’30’’ – Meu sonho é que as Pretinhas sejam conhecidas internacionalmente. Que o povo conheça bem a história e apoie mais ela. Isso é importante. Se a gente tivesse um apoio, fora a bolsa referente ao patrimônio vivo, talvez para as  Pretinhas de Congo e para a comunidade fosse importante.

JOSI MARINHO  – Dona Rosa, a gente só tem o que lhe agradecer por essa lição, por essa história e por tanta sabedoria. Desejamos vida longa as Pretinhas do Congo e toda representatividade  e resistência dessa cultura. 

25’05’ – Eu quem agradeço. Agora vocês vão fazer um lanchinho? 

JOSI MARINHO  – (narrar sorrindo) Claro hahaha não vamos recusar. 

 NÃO PRECISA GRAVAR 

ENCERRAMENTO

JOSI MARINHO – E a gente também agradece a você que chegou até aqui com a gente.  É assim que termina o quinto episódio da Temporada Especial do Podcast Nossa História, Nossa Memória sobre os patrimônios materiais e imateriais da zona da mata  

Nesta temporada, o projeto conta com apoio da Universidade de Pernambuco, Campus Mata Norte; do Ponto de Cultura Poço Comprido; Patrimônio Vivo e Ponto de Cultura Banda Curica; Patrimônio Vivo e Ponto de Cultura Banda Revoltosa; da Associação dos Maracatus de Baque Solto de Pernambuco, que é patrimônio vivo e ponto de cultura. São parceiros, ainda, o Ponto de Cultura Bloco Rural Caravana Andaluza; Associação dos Mamulengueiros e Artesãos de Glória do Goitá; o Museu do Mamulengo de Glória do Goitá; Banda Musical Euterpina de Timbaúba, patrimônio vivo de Pernambuco.

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– Estamos em todas as plataformas de áudio com episódios novos e temporadas antigas. 

– Todo nosso material se encontra no site nossahistorianossamemoria.blog.br 

– Na equipe deste podcast João Paulo Rosa com a trilha sonora. 

– O jornalista Gedson Pontes com roteiro e montagem.

– A produtora cultural Crislaine Xavier com a audiodescrição.

– Alisson Santos com a gravação. 

– Videomaker: Julio Melo. 

– Designer: Murilo Silva.

– Web designer: Saulo Ferreira   

– Apresentação e produção da jornalista Josi Marinho. 

– No nosso canal do Youtube, nossos episódios estão traduzidos em Libras – Língua Brasileira de Sinais pela tradutora Ewelyn Xavier  

– Coordenação geral e reportagem do jornalista, documentarista e produtor cultural, Salatiel Cícero.  

A gente te espera no próximo episódio !!!! Até lá!!!